Panamá vai às urnas e deixa à margem crise migratória da selva de Darién

O Panamá, que vai às urnas neste domingo (5), tem recebido um número de imigrantes nunca antes registrado em sua história. Somente nos quatro primeiros meses deste ano, pouco mais de 125 mil chegaram após cruzar uma inóspita selva, o estreito de Darién.

Apesar da dimensão dos números, este não é um tema central para os oito candidatos à Presidência que buscam o mandato de cinco anos. Tampouco para os 3 milhões convocados a eleger representantes para cerca de 800 cargos nacionais e locais.

Quando o líder nas pesquisas, o ex-ministro de Segurança José Raúl Mulino, apelou ao populismo anti-imigração e disse que seu projeto é fechar a passagem por Darién, o tema minimamente respingou na campanha. A declaração não tem muita base na realidade.

Fechar Darién exigiria negociar com o narcotráfico presente da vizinha Colômbia, que controla a entrada na selva e lucra montantes vultosos.

Do lado panamenho, a economia de muitas comunidades indígenas passou a girar em torno do fluxo migratório. O próprio Estado não dispõe de estrutura policial suficiente para vigiar uma área com diversas rotas no meio da mata fechada.

Os demais candidatos prometeram desenvolver planos em parceria com os demais países envolvidos, mas sem detalhes ou propostas.

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Não é difícil entender esse desinteresse da maioria dos panamenhos. Darién está isolada em uma província historicamente negligenciada, no extremo leste do país centro-americano.

Pela estratégia que chama de fluxo controlado, o Estado se esforça para que os imigrantes saiam de seu território o mais rápido possível —a maioria é levada de ônibus para a fronteira com a Costa Rica.

Aqueles que por alguma razão, como a procura de dinheiro ou de trabalho, deixam os centros migratórios, são prontamente levados por agentes de volta a esses espaços precários. A população da capital, Cidade do Panamá, dificilmente se depara com o tamanho da crise.

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