Mortes pelas chuvas em RS chegam a 55 e governador diz que precisará de Plano Marshall

O número de mortos pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul chegou a 55 neste sábado (4), sexto dia do temporal que já assolou mais da metade do estado. Com mais de 510 mil pessoas afetadas pela tragédia —muitas aguardando resgate—, cidades destruídas, e com previsão de piora das cheias em algumas localidades, o governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou que a região vai precisar de uma espécie de "Plano Marshall", em referência ao plano dos Estados Unidos para reconstrução de países aliados após a Segunda Guerra Mundial.

Leite afirmou que a chegada de reforços será importante para as demais frentes de atuação, como o reconhecimento de corpos e a reconstrução de estadas. A prioridade neste momento, porém, é o resgate das vítimas.

"Tudo o que é possível empregar está sendo empregado. Vai chegar mais gente. Não porque não tenham chegado antes porque não quisessem, mas porque essa mobilização leva um tempo", disse ao ser questionado sobre a ajuda do governo federal nesse esforço.

O presidente Lula (PT) voltará ao estado neste domingo (5) para acompanhar de perto a crise.

Cidades como Canoas e São Leopoldo, na região metropolitana da capital, vivem um cenário de caos, com áreas alagadas que só podem ser acessadas por barcos e famílias que estão isoladas aguardando por resgate.

O Aeroporto Internacional Salgado Filho amanheceu com as pistas alagadas e foi fechado por tempo indeterminado. O nível do rio Guaíba chegou à maior altura de sua história, ultrapassando os cinco metros, e o transbordamento pode perdurar pelos próximos dias.

De acordo com a Defesa Civil, 317 municípios foram afetados pela enchente histórica. Ao todo, há 13.324 desabrigados, sendo acolhidos em alojamentos cedidos pelo poder público e 69.242 desalojados. Um total de 510.585 pessoas foram afetadas pela tragédia, e 107 ficaram feridas. Além disso, há 74 pessoas desaparecidas.

Pela manhã, órgão informou que há 350 mil imóveis sem energia elétrica no estado e falta abastecimento de água para 441.120 clientes da empresa Corsan. O número de domicílios sem água quase dobrou entre a noite de sexta e a manhã desta sábado, segundo os boletins do governo.

A prefeitura de Porto Alegre interrompeu a operação de quatro das seis estações de tratamento de água da cidade e projeta um cenário de racionamento para os próximos dias. Em entrevista à RBS TV, o prefeito Sebastião Melo (MDB) informou que o desligamento ocorreu para evitar que os equipamentos fossem danificados.


Situação no RS após as chuvas

  • 57 mortes (10 em investigação)
  • 67 desaparecidos
  • 74 feridos
  • 422.307 pessoas afetadas
  • 350 mil imóveis sem energia
  • 860.952 imóveis sem água
  • Aulas suspensas nas 2.338 escolas da rede estadual

Ao longo de todo o dia, helicópteros foram utilizados para retirar famílias que estavam nos telhados de suas casas nas áreas mais afetadas na região metropolitana de Porto Alegre. Pacientes ficaram isolados no segundo andar do Hospital de Pronto Socorro de Canoas, de onde foram retirados por socorristas das forças de segurança.

Na cidade de Canoas, a prefeitura informou que há mais de 50 mil pessoas em áreas de risco afetadas. A prefeitura conclamou aos moradores que cedam barcos e atuem como voluntários da Defesa Civil no resgate das famílias.

Toda a região oeste da cidade deveria ser esvaziada, segundo o prefeito Jairo Jorge (PDT). Ônibus para o deslocamento dos moradores das áreas de risco foram disponibilizados, e cerca de 3.000 pessoas estão em abrigos.

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