Violência, energia e falta de água desafiam México como polo de exportação

Quando questionados sobre o nearshoring, a estratégia cada vez mais comum de mover as linhas de produção para perto do consumidor final, empresários e diplomatas do México respondem quase em uníssono: "Ocorreu a despeito do governo, não devido a ele."

É, afinal, uma crítica corriqueira de que, ainda que venha se tornando uma plataforma de exportação e sendo alçada ao posto de principal exportadora dos EUA, a segunda maior economia da América Latina não tem um plano sustentável para essas características.

São alguns os desafios mencionados: além de uma crise de segurança generalizada, que em algum nível atrapalha a instalação de plantas industriais em alguns pontos do país, há um problema crônico de estresse hídrico e um cenário não tão favorável para a energia limpa.

As maiores eleições da história do México batem à porta, e esse é um dos temas centrais. Em 2 de julho, empresariado e cidadania também querem saber quem será capaz de impulsionar o nearshoring e fazê-lo gerar mais empregos num país cujo bônus demográfico (a janela de oportunidade econômico-social aberta quando há uma boa massa de população em idade de trabalho) dura cerca de 15 anos mais.

Em grande medida, essa capacidade mexicana de atrair investimento externo e linhas de produção é fruto da enorme fronteira terrestre com os EUA e das rusgas entre Washington e Pequim, que deslocaram as cadeias de produção. Mas também (ou essencialmente) do chamado T-MEC, o tratado de livre comércio que o país tem com EUA e Canadá desde 2023 e que substituiu o Nafta de uma maneira mais ambiciosa.

Com 16 anos de duração, esse acordo favorece de maneira tremenda setores como o automotivo. Uma vez que 75% dos componentes de automóveis exportados na região têm de ser produzidos nesses países, o México virou um parque de diversão.

Mas há aquela gama de desafios crônicos que se impõem e abrem a dúvida de como o cenário ficará a longo prazo caso algumas medidas amortecedoras não sejam colocadas em prática desde já.

Elas começam no abastecimento hídrico. Com uma localização que o coloca em zonas áridas e semiáridas, de chuvas escassas, e com a flutuação de padrões climáticos motivada por fenômenos como o El Niño, o México vive em uma constante crise de água.

Os últimos dados do governo, referentes ao mês de abril, mostram um país com ao menos 64% do território em seca moderada, sendo 30% em seca extrema. As consequências aparecem na casa dos cidadãos, com corte de abastecimento, mas também na energia elétrica.

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