Salão de Pequim mostra por que as montadoras tradicionais temem as marcas chinesas

Os corredores do Salão de Pequim devem permanecer lotados até domingo (5), quando termina o maior evento do setor automotivo em 2024. As atenções estão concentradas em marcas chinesas que sequer existiam na edição anterior do evento, em 2018.

As razões para tanto interesse do público são conhecidas ao se abrir as portas de modelos 100% elétricos da Avatr, da Xpeng ou da Xiaomi, entre tantos outros. Os automóveis impressionam tanto pelo cuidado na montagem como pela qualidade dos materiais.

Bancos com regulagem elétrica e forração caprichada, telas de alta resolução e encaixes perfeitos entre peças são a regra no salão. As imperfeições que saltavam aos olhos ficaram no passado.

Em uma comparação direta, carros de gigantes como Volkswagen, Toyota e GM exibidos no salão parecem simplórios diante dos lançamentos chineses. As montadoras centenárias se tornaram coadjuvantes.

A qualidade perceptível dos novos produtos tem assustado as montadoras tradicionais, e não apenas no que se refere à invasão de mercados estrangeiros. O que se vê em Pequim é o maior interesse do consumidor pelos automóveis de seu país, que têm roubado vendas das marcas ocidentais, sul-coreanas e japonesas.

Em 2023, a BYD foi a campeã em comercialização na China, com 2,57 milhões de unidades. A Volkswagen, líder por muitos anos, ficou na segunda colocação. Contudo, os estrangeiros ainda dominam. Entre as 10 marcas mais vendidas no país no ano passado, apenas quatro são locais.

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Perder espaço em um mercado que terminou 2023 com 21,7 milhões de unidades vendidas é uma tragédia para as montadoras estrangeiras, que precisam recuperar os investimentos bilionários feitos em meio à eletrificação. E são justamente os carros elétricos que preocupam.

Na semana do salão, o governo chinês anunciou mais um programa de estímulo às vendas de carros elétricos e híbridos do tipo plug-in. Quem entregar um modelo antigo na troca por um novo menos poluente poderá receber um bônus equivalente a R$ 7.000. Na prática, o benefício tende a ser melhor.

Como a capacidade produtiva na China é bem maior do que a demanda interna, as marcas estão oferecendo descontos adicionais para atrair clientes. Segundo o site CarNewsChina, a SAIC-Volkswagen anunciou um bônus equivalente a R$ 14 mil. Já a Dongfeng, por meio da marca Forthing, tem descontos de até R$ 50 mil.

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