Voluntários abrem cozinhas, abrigam famílias e atuam em operação de guerra no RS

Enquanto aguarda notícias dos avós que estão desaparecidos desde quinta-feira (2) em meio às enchentes em Eldorado do Sul, cidade da Grande Porto Alegre, a estudante Laura Pinto Lopes, 23, transforma a angústia em solidariedade e trabalha na produção de marmitas para desabrigados.

Em Portão, também na região metropolitana da capital, a rotina do empresário Guilherme Cardoso, 29, é de vaivém entre sua casa e cidades vizinhas que ficaram submersas com as enchentes. Ajudou nos resgates, recolheu donativos e agora auxilia na limpeza das casas após as águas começarem a baixar.

Em meio a uma das maiores catástrofes climáticas da história do Rio Grande do Sul, que resultou na morte de ao menos 83 pessoas, redes de voluntários têm sido cruciais para atender uma legião de famílias que ficaram desabrigadas ou que tiveram que deixara suas casas temporariamente.

Organizados em grupos de aplicativos de mensagens, os grupos atuam em espécie de "operação de guerra" amparada um forte senso de comunidade. Sempre há um trabalho a fazer e um obstáculo a ser superado.

Em Guaíba (31 km de Porto Alegre), moradores estão recebendo desabrigados em suas próprias casas e montaram uma rede de apoio aos desabrigados que chegam dos bairros mais atingidos da cidade e do município vizinho de Eldorado do Sul, que ficou parcialmente submerso pelas enchentes.

As fortes chuvas na região começaram ainda na madrugada de quinta-feira (2). Desde então, moradores se mobilizam no resgate das famílias e no atendimento daquelas abrigadas escolas, ginásio e igrejas.

As dificuldades logísticas são imensas, já que parte das comunidades só pode ser acessada de barco ou moto aquática. Também há escassez de combustível para transportar mantimentos e para as embarcações de voluntários que percorrem áreas alagadas em busca de famílias isoladas.

"Parece coisa de filme, a gente passa a noite inteira ouvindo os helicópteros. É muita gente na rua pedindo ajuda, famílias inteiras que perderam tudo, crianças que estão perdidas de seus pais", afirma a estudante Laura Pinto Lopes, 23, que desse quinta-feira (2) ajuda no preparo de marmitas para os desabrigados.

Ela afirma que há filas nas farmácias, nos mercados e que já faltam alimentos frescos como frutas e verduras para preparar as refeições. A demanda por quentinhas mais que triplicou nos últimos dias – nesta segunda-feira (6), foram distribuídas 700 apenas para o almoço.

Na maioria das casas de Guaíba, há vizinhos, parentes e até desconhecidos que buscaram abrigo nas regiões que não ficaram alagadas. Na casa da sua mãe, conta Laura, está abrigada uma colega de trabalho com mãe, filha, namorado, além de gatos e cachorros.

"É triste, mas é muito bonito ver o pessoal ajudando. Não tem uma pessoa que não está se mobilizando", afirma Laura, que aguarda notícias dos avós ou primos que estavam isolados em Eldorado do Sul.

O que você está lendo é [Voluntários abrem cozinhas, abrigam famílias e atuam em operação de guerra no RS].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...