Direitista é eleito presidente do Panamá no principal pleito do país em 30 anos

Sem surpresas, já que seu nome aparecia como favorito em todas as pesquisas de intenção de voto que antecederam o pleito, o ex-ministro da Segurança e ex-chanceler José Raúl Mulino, 64, foi eleito presidente do centro-americano Panamá na noite de domingo (5).

Com 99% dos votos apurados até a noite desta segunda-feira (6), o direitista tinha 34,25%. Como não há segundo turno no país, elege-se aquele que obtiver maioria, independentemente do percentual.

Todos os principais opositores reconheceram a derrota, e pouco depois o Tribunal Eleitoral chancelou o nome do eleito. Se posteriormente confirmados, os dados de participação eleitoral serão um recorde, com 77,6% dos cerca de 3 milhões de eleitores comparecendo às urnas.

Foi um caso nunca antes visto no país de completa transferência de capital político: Mulino era candidato a vice na chapa do ex-presidente Ricardo Martinelli, uma figura muito popular. Condenado em um caso de corrupção já no desenrolar da campanha eleitoral, o ex-líder foi inabilitado, refugiou-se na embaixada da Nicarágua alegando ser perseguido político e delegou a Mulino a tarefa de vencer nas urnas.

Em segundo lugar nas urnas aparecia o advogado de centro-direita e ex-cônsul em Washington Ricardo Lombana, com 24,65%, e depois o ex-presidente Martín Torrijos, com 16,03%.

Um conjunto de fatores fez desta eleição, a sétima desde a volta da democracia, a mais importante da história recente. Além de presidente, foram eleitos nomes para outros 800 cargos, dos quais 20 para o Parlamento Centro-americano e 71 para a Assembleia Nacional.

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Eram oito os candidatos à Presidência neste sistema eleitoral que se fragmentou nos últimos anos. O analista Juan Diego Alvarado diz que nenhum dos candidatos apresentava grandes diferenças ideológicas. "O que eles tentaram fazer foi vender uma ideia de competência para resolver os problemas, principalmente econômicos", afirma.

O Panamá vive um período peculiar. A nação da América Central assistiu a uma bonança econômica, fruto do Canal do Panamá, por onde passam 3% de todo o comércio marítimo global, desde sua redemocratização na virada dos anos 1990.

Foram anos nos quais, entre vaivéns, o crescimento do PIB chegou a 11,3%, como em 2011. Mas no último ano a pujança perdeu fôlego.

Uma seca histórica no Canal do Panamá diminuiu a circulação das mercadorias, e o fechamento da maior mina do país após maciços protestos ambientais nas ruas levou a projeções de que o PIB encolherá ao menos 2,5% em 2024. A dívida pública cresceu, e a expectativa de investimento externo no Panamá diminuiu.

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