Sexismo no empreendedorismo feminino: minha experiência nesse rolê

Você sabia que 8 em cada 10 mulheres relatam que enfrentam regularmente sexismo no trabalho? Esse dado, levantado pela associação francesa AFMD (Association Française des Managers de la Diversité) não é apenas um número: é um grito de alerta para a necessidade de mudanças profundas e duradouras nas culturas corporativas.

Em outro estudo publicado pela revista científica Sex Roles, em outubro de 2023, ficou evidente que o "sexismo benevolente", aquele disfarçado de elogios e proteção, é um dos mais perniciosos. Ele se esconde em comentários que parecem inofensivos ou até lisonjeiros, mas que na verdade reforçam papéis de gênero restritivos e desatualizados. Eu mesma já fui alvo dessas atitudes "protetoras", que sugeriam que, como mulher, eu deveria me contentar com menos, aceitar o que era oferecido e não almejar mais.

No universo empreendedor, enfrentar estereótipos sexistas é uma batalha diária para muitas mulheres, uma realidade que eu, Natalia Martins, conheço profundamente. A cada decisão, negociação ou simples interação, o manto do preconceito se manifesta, às vezes sutil, outras vezes abertamente hostil.

O fato é que enquanto o sexismo hostil é reconhecido e combatido, o benevolente muitas vezes passa despercebido e aceito, o que não provoca a indignação necessária para combatê-lo. Em minha jornada, enfrentei não apenas o desafio de ser uma empreendedora em um campo dominado por homens, mas também o de provar repetidamente minha capacidade e valor. Cada reunião com potenciais investidores ou negociações com fornecedores era mais uma oportunidade para enfrentar dúvidas sobre minha competência simplesmente por ser mulher.

No entanto, essa batalha diária também me ensinou sobre resiliência e a importância da autoafirmação. Aprendi que cada vez que rejeito o sexismo, abro caminho para outras mulheres que virão depois de mim. Não se trata apenas de ganhar espaço, mas de transformar esse espaço, tornando-o acolhedor e justo para todas.

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Como líder e influenciadora, tenho a responsabilidade e o privilégio de usar minha voz e minha plataforma para desafiar essas normas. Por meio de iniciativas de educação e apoio, promovo um ambiente mais igualitário e encorajo outras mulheres a se empoderarem.

É hora de rejeitarmos todas as formas de sexismo, visíveis e invisíveis. De enfrentarmos cada comentário, cada atitude e cada política que limite alguém por gênero. E é hora de mudarmos não apenas as conversas, mas as estruturas que sustentam essas desigualdades. Porque, no final, o que buscamos é um campo de jogo verdadeiramente nivelado, em que cada um de nós possa prosperar baseado em nossos méritos, livre de preconceitos. Afinal, cada obstáculo superado é uma vitória não só minha, mas de todas as mulheres que lutam diariamente para serem vistas, ouvidas e respeitadas em suas respectivas áreas.

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