Na Suécia, um campeonato de futebol sem VAR

Mais uma rodada do Brasileiro se foi, a quinta. E no melhor estilo tabelas brasilis, nove times estão com jogo devendo.

Tudo bem, o adiamento das partidas de Grêmio, Inter e Juventude neste fim de semana foi mais do que justo, devido à situação trágica enfrentada pelo Rio Grande do Sul. Mas isso explica apenas parte da situação. E na próxima rodada teremos pelo menos mais um adiamento certo: Cuiabá x Criciúma, por conta da semifinal da Copa Verde.


No entanto, o principal assunto da rodada é, mais uma vez, o VAR. Teve até zagueiro do Vitória invadindo entrevista para criticar o VAR após ser expulso por uma cotovelada. Ele deveria reclamar do regulamento, que não permite cotoveladas nos amiguinhos.

O fato é que depois que John Textor, o homem da desinteligência artificial, ganhou plateia federal, todo mundo quer reclamar, mas ninguém faz nada para melhorar a arbitragem (o que também não configura novidade).

Independentemente de a juizada ser ruim, não sabemos usar o VAR direito na cabine. Mal conseguimos traçar linhas, faltou curso de geometria.

E o VAR não é defeito brasileiro, reclamam dele até na principal liga do planeta, a Premier League —mas lá o dono do Crystal Palace não quis levar a situação para o governo, o humor inglês não permite.

Mas nem tudo está perdido, temos a Suécia.

Isso mesmo, querido leitor, querida leitora, o Campeonato Sueco descartou o VAR, "por conta da clara oposição de nossos clubes", declarou o presidente da federação de lá.

Por isso, este escriba faz um apelo aos exibidores de cá: alguém precisa comprar o Suecão —que, de cara, deve ser bem melhor do que o Sauditão, e nenhum dos dois tem Neymar. A Netflix, que ainda não tem campeonatos, poderia entrar nessa. Imagine um torneio de futebol sem VAR e com SAP… Tudummmm…

Em um intenso trabalho investigativo de 15 minutos, este escriba foi atrás do Suecão-2023 para provar ao leitor como ele pode ser interessante.

Para começar, o torneio é conhecido como Allsvenskan, que rapidamente seria apelidado por aqui de Allsvenskão. O calendário é o mesmo que o nosso e termina no fim do ano, olha que beleza. São 16 clubes, ou seja, 30 rodadas, com partidas nos fins de semana. O time a ser batido, com mais troféus nos últimos anos, é o glorioso albiceleste Malmö.

Na temporada anterior, sobrou emoção. Até as rodadas finais do Allsvenskão-2023, três clubes disputavam o título: Malmö, Elfsborg e Hacken.

Porém o Hacken (campeão de 2022) perdeu fôlego. O campeonato chegou à 30ª e última rodada com o Elfsborg três pontos à frente do Malmö. E qual era o duelo marcado para encerrar o campeonato? Isso mesmo, Malmö x Elfsborg, em plena Malmö. Emoção pura no final, ou, como diriam os suecos, "ren känsla".

Amassando o rival, o Malmö venceu por 1 a 0, com gol em um pênalti polêmico anotado no segundo tempo, daqueles que alguns juízes ignoram, como o primeiro pênalti da vitória do Manchester City neste fim de semana (e sem VAR).

Após o apito final, aos 99 minutos, a torcida do Eleda Stadion invadiu o campo para celebrar mais um título do Malmö, para desespero do Elfsborg, na fila desde 2012. Aliás, escolhi meu time. Como bom arsenalista, vou sofrer com o Elfsborg.

E não sou o único a olhar a Suécia com bons olhos. Outro dia, em entrevista coletiva, o técnico Ange Postecoglou, do Tottenham, disse que ia se mudar para a Suécia ao ouvir um repórter falar da ausência do VAR por lá.

Sim, o mister dos Spurs odeia o VAR. Avisou que nem comemora mais os gols, esperando a confirmação eletrônica, e que está convicto de que o jogo é arbitrado por alguém de fora das quatro linhas.

Imagine Postecoglou no Putfire...

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