Por que o Brasil não domina o Sul Global

No cenário internacional atual, marcado por guerras, disputas geopolíticas e reconfigurações de alianças no hemisfério norte, a postura do Brasil, a grande potência do sul, destaca-se, mas não pelos motivos que todos gostaríamos.

Enquanto nações como a Rússia ampliam suas redes de influência por meio de acordos militares estratégicos com países como São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau, o Brasil parece observar passivamente o tabuleiro global se rearranjar com a passividade estridente de um torcedor são-paulino. Esta inação brasileira, no entanto, é sintomática de males maiores e reflete profundas questões internas.

Historicamente, o Brasil foi reconhecido como um "gigante pela própria natureza", dotado de um potencial de liderança incontestável na América Latina e um ator de relevância em fóruns multilaterais. Essa imagem, entretanto, tem sido progressivamente substituída pela de um país hesitante e politicamente fraturado. A crise política interna do Brasil —uma mescla de polarização extrema, crises econômicas recorrentes e uma falta de continuidade nas políticas públicas — tem corroído sua capacidade de exercer influência no exterior.

A ausência de uma política externa coerente e assertiva, refém de embates domésticos que oscilam conforme marés políticas e acordos de conveniência quase diários, deixa o Brasil à margem das grandes decisões internacionais. Essa fragilidade interna traduz-se em uma incapacidade de articular e sustentar posições estratégicas em arenas internacionais, limitando-se muitas vezes a reações episódicas em vez de ações proativas e planejadas.

O que você está lendo é [Por que o Brasil não domina o Sul Global].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...