Aliados de Lula associam escolha de Pimenta a tentativa de minar Leite e reforçar marca no RS
Aliados do presidente Lula (PT) apontam que a escolha de Paulo Pimenta para ministro extraordinário da reconstrução do Rio Grande do Sul tem o objetivo de manter no estado um ator político para defender as ações do governo e, assim, evitar que Eduardo Leite (PSDB) se catapulte com recursos federais.
A indicação, no entanto, acabou dividindo alguns dos aliados e mesmo ministros do governo, que defendiam um nome "despolitizado", para não criar ruídos e atrapalhar os esforços emergenciais e de reconstrução.
Paulo Pimenta, ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) desde o começo do governo, migrará temporariamente para a nova pasta. Ele será responsável por coordenar as ações federais em resposta à tragédia climática que atinge o estado há mais de duas semanas. Também vai atuar na articulação com o governo estadual.
A indicação enfrenta resistência nos bastidores, tanto da parte de aliados de Lula como de Eduardo Leite. Há receios com uma politização da calamidade climática e possível abertura de palanque para as eleições de 2026.
Pimenta é natural do Rio Grande do Sul, onde mantém sua base política, tendo sido vice-prefeito de Santa Maria e eleito para sucessivos mandatos pelo estado na Câmara dos Deputados. Nos bastidores, seu nome é apontado como principal pré-candidato do PT no estado.
Interlocutores no Palácio do Planalto afirmam que essa decisão foi tomada em um círculo pequeno no entorno do presidente. O próprio Pimenta teria pressionado para assumir o cargo. E a indicação dividiu alguns aliados, tanto no Congresso Nacional como na Esplanada dos Ministérios.
Alguns apontam que a nomeação de um político tem o objetivo de manter no Rio Grande do Sul um quadro com força para defender as ações do governo e ajudar a controlar a narrativa sobre medidas tomadas, recursos empregados e também sobre a responsabilidade por falhas.
Acrescentam que desde o início da tragédia, Pimenta tomou a frente na defesa de medidas para o estado.
Há também a avaliação de que a politização da tragédia já teria partido de Leite, que estaria evitando citar o nome de Lula em suas falas. Por isso seria necessário manter o controle sobre a narrativa e evitar que o governador seja reconhecido por ações que, na verdade, foram feitas com recursos federais.
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