Governo Lula vai comprar imóveis em cidades do RS para dar a desabrigados; veja medidas

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai comprar imóveis em cidades do Rio Grande do Sul que estejam prontos ou em construção para dar a famílias desabrigadas pelas enchentes.

A medida, antecipada pela 💥️Folha, foi anunciada nesta quarta-feira (15) pelo chefe do Executivo em viagem a São Leopoldo, cidade a cerca de 35 quilômetros de Porto Alegre e uma das afetadas pelas enchentes.

O presidente também lançou o chamado Vale Reconstrução, um pagamento único de R$ 5.100 a famílias que perderam seus bens na catástrofe. O dinheiro poderá ser usado para readquirir bens perdidos, como itens de linha branca, TV, entre outros.

O Executivo ainda anunciou a inclusão de mais 21 mil famílias no programa Bolsa Família, após um esforço de busca ativa das equipes locais para mapear famílias que passaram a preencher os requisitos da política após a tragédia.

O governo federal não divulgou uma estimativa agregada dos custos das novas medidas, apenas de algumas delas.

O Vale Reconstrução, por exemplo, deve envolver um repasse total de até R$ 1,2 bilhão. O valor é suficiente para contemplar cerca de 235 mil famílias com o voucher estipulado.

O número é considerado razoável diante das estatísticas oficiais da Defesa Civil gaúcha, que aponta 76,6 mil pessoas desabrigadas e 538,2 mil desalojadas (técnicos consideram que cada família tem uma média de 2,6 integrantes).

Os pagamentos serão operacionalizados pela Caixa, via Pix, para as famílias que tiveram suas casas afetadas pela enchente. O mapeamento será feito pela Defesa Civil Nacional, em cooperação com os órgãos da área no estado e nos municípios.

No caso dos imóveis, o investimento para bancar a compra vai depender do número de unidades disponíveis. O governo vai mapear, junto com o setor privado, os imóveis em áreas urbanas já concluídos ou que ficarão prontos até o final de 2025. Estimativas preliminares indicam um potencial de cerca de 5.000 unidades.

Em vez de vendê-las diretamente às famílias, as construtoras tratariam com o governo federal. O assunto já vinha sendo discutido desde a reunião ministerial na última segunda-feira (13). Os detalhes foram acertados pelo Ministério das Cidades com a Casa Civil.

A ideia é que o parâmetro dos imóveis siga os critérios do Minha Casa, Minha Vida, em termos de preço máximo (até R$ 170 mil) e especificações técnicas.

Técnicos avaliam que, em boa parte dos municípios, o valor de R$ 170 mil deve ser suficiente para viabilizar a compra, a despeito do mercado imobiliário aquecido diante da busca das famílias por locais seguros para sua moradia.

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