Lula quer evitar prioridade a projeto sobre delações e outros que atiçam beligerância, diz Padilha

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira (10) que o governo vai trabalhar para que o projeto de lei que proíbe delações de presos não se torne tema central na Câmara dos Deputados.

Segundo ele, o próprio presidente Lula (PT) afirmou ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que é necessário "não atiçar a beligerância" dentro da Câmara e do Senado com essas pautas polêmicas.

O ministro citou também a proposta que equipara as penas de homicídio para aborto após a 22ª semana de gestação.


"Achamos que qualquer projeto de lei que alimente esse clima de intolerância, de beligerância, não deveria estar no centro das pautas neste momento", afirmou o ministro das Relações Institucionais em entrevista a jornalistas.

"O presidente Lula já manifestou a opinião dele, seja para os líderes, seja para o presidente da Câmara, sobre a necessidade de não se atiçar a beligerância dentro da Câmara e do Senado, de se criar um clima para um ambiente menos violento do debate, inclusive medidas que possam coibir essa intolerância."

Em meio a dificuldades do governo na relação com o Congresso, Padilha evitou afirmar se a gestão petista é contra ou a favor do projeto das delações. Apenas acrescentou que o governo quer trabalhar para que temas polêmicos que dividem radicalmente governistas e oposição —que "atiçam a beligerância", como afirmou— não sejam levados a votação pelos deputados.

Ele justificou a posição pelo argumento de evitar a repetição de episódios como tentativa de agressão e trocas de ofensas entre parlamentares na semana passada.

Líder do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), diz que não há um pedido para que Lira não paute esses temas, mas que ele garanta "civilidade" na Câmara.

Na semana passada, houve embate físico entre parlamentares ao final da sessão do Conselho de Ética que livrou André Janones (Avante-MG) da suspeita de "rachadinha". No mesmo dia, a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), de 89 anos, passou mal e teve que ser internada após discussão sobre um projeto de lei na comissão de Direitos Humanos da Casa.

"Não há pedido ao presidente Lira para que não paute esses dois temas. Há um pedido para que haja uma ação no sentido de garantir civilidade no tratamento entre os parlamentares na Câmara. Com civilidade, podemos tratar todos os assuntos", diz o deputado à Folha.

Na manhã desta segunda-feira, Lula reuniu pela segunda vez os integrantes da articulação política no Palácio do Planalto, mantendo a estratégia de melhorar os resultados após a série de derrotas no Congresso.

Além de Padilha, participaram os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), Laercio Portela (Secretaria de Comunicação Social) e os líderes do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE).

"Consideramos que esses projetos de lei não deveriam estar neste momento na pauta prioritária da Câmara dos Deputados, o líder Guimarães vai reforçar essa fala junto ao conjunto dos líderes e ao presidente da Câmara", afirmou Padilha.

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