Esmé Wang desmistifica a esquizofrenia em livro best-seller sobre sua experiência

Não é tão raro encontrar alguém que padeça, hoje, de alguma disfunção mental. O esgotamento pelo excesso de trabalho e redes sociais cria pequenos gatilhos o tempo inteiro, e o estudo da saúde mental fica ainda mais delicado quando estamos falando de neurodivergências.

Por meio da literatura, a escritora americana Esmé Weijun Wang consegue aproximar os leitores da esquizofrenia, transtorno com o qual foi diagnosticada. Sua obra "Esquizofrenias Reunidas" é elucidativa ao propor um mergulho profundo e bastante pessoal nessa realidade.

A autora se refere à sua condição como um "transtorno arquetípico da insanidade". O uso do termo "insanidade", hoje em desuso e potencialmente ofensivo, pode causar desconforto. No entanto, Wang o usa como forma de incitar os leitores a entender melhor a esquizofrenia.

Em entrevista à💥️ Folha, ela conta que o que mais espera desmistificar é a leitura de que "pessoas com algum tipo de esquizofrenia não são realmente pessoas ou que são criaturas vazias, desprovidas de humanidade".

"Esquizofrenias Reunidas" elenca pequenos ensaios, nos quais Wang consegue demonstrar como o transtorno desafia a lógica e a realidade, como impacta sua vida e a de quem convive com ela.

Em um dos capítulos, ela relata quando foi aceita em Yale e ainda não tinha sido diagnosticada, dizendo que isso a tornava assustadora para outras pessoas, principalmente em relacionamentos amorosos.

Durante o período que passou na universidade, ela conta teve que encontrar formas de lidar com alucinações, ataques de pânico, dificuldade de concentração, visão embaçada, instabilidade emocional e episódios de mania —em um deles, conta que via as palavras de seu caderno rastejando como aranhas.

"A coisa mais importante é lembrar que você ainda é você. Você ainda é a pessoa que pega as ervilhas do arroz frito ou adora batom rosa e odeia heavy metal ou vice-versa. Você ainda é a pessoa que era antes do diagnóstico. Você ainda é a pessoa que era antes da psicose chegar. E ainda há coisas sobre você que não são esquizofrenia."

A coisa mais importante é lembrar que você ainda é você. Você ainda é a pessoa que pega as ervilhas do arroz frito ou adora batom rosa e odeia heavy metal ou vice-versa. Você ainda é a pessoa que era antes do diagnóstico

Esmé Weijun Wang

escritora

Na época, ela fazia acompanhamento com psiquiatra e tomava medicação, mas ainda assim, era muito difícil se moldar ao padrão de um lugar como Yale padecendo de um distúrbio mental.

Ao longo de seu período acadêmico, foi a inúmeras consultas médicas e recebeu diferentes diagnósticos, mas o de esquizofrenia demorou. É um ponto muito frisado pela autora, que considera que quando sua disfunção foi enfim identificada, representou de certa forma "um conforto, um tratamento ou uma cura".

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