Programa remunera indígenas por preservação e recuperação do ambiente em SP
Na terra indígena Jaraguá, chamada de Aldeia Ywy Porã, no parque estadual do Jaraguá (zona norte de SP), um grupo de 11 indígenas veste o uniforme da brigada dos Guardiões da Floresta. Eles participam do Programa de Pagamento por Serviços Ambientais, idealizado pela Fundação Florestal em 2023 e implementado no início de 2023 pela Semil (Secretaria de Meio Ambiente Infraestrutura e Logística) do estado para remunerar aquilo que os povos originários sabem fazer melhor do que ninguém: cuidar da natureza em seu entorno.
Ao todo, são oito aldeias as incluídas no programa, que o diretor executivo da Fundação Florestal, Rodrigo Lefkovics, define como uma grande parceria.
"Historicamente, havia um distanciamento aqui no estado entre a Fundação e as comunidades indígenas", conta ele. "Mas foram eles que nos trouxeram a vontade de atuar de forma mais organizada e profissional em prol das unidades de conservação", acrescenta. Para a Fundação, era a oportunidade de se valer "dos conhecimentos tradicionais para melhorar a gestão das unidades, porque nos permitiu aprender com eles onde estão os animais, em que época os bichos frequentam quais áreas, como usar a natureza para melhorar o processo de restauração florestal, enfim, o que eles já faziam mas de forma ainda desorganizada".

Para começar o trabalho, foi criado um comitê reunindo quatro indígenas por região do estado, representantes da Funai, das secretarias de Justiça, Meio Ambiente e da Fundação Florestal, para identificar quem faria o quê. '"Não é o estado que indica as aldeias que são beneficiadas", frisa Lefkovics, "mas os próprios indígenas, e eles escolhem as que estão mais preparadas para receber o programa".
Em 142 dias de atividades, o PSA Guardiões da Floresta remunerou 110 indígenas com repasses totais de R$ 333,3 mil em benefícios, e mais oito aldeias devem ser incluídas em breve, segundo a fundação. As diárias, segundo Lefkovics, variam de R$ 110 a R$ 220, e os valores são calculados pela área percorrida e a atividade realizada. "A gente é bem chato com compliance", fala o gestor, "e eles também, os dados vêm georreferenciados, as trilhas, com o antes e o depois, e cada aldeia decide como quer receber, se via alguma associação ou individualmente".
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