Mundo só alcançará zero emissões líquidas em 2060 ou mais tarde & Green Savers

A confiança na capacidade mundial de atingir emissões líquidas zero até 2050 está a diminuir, à medida que se torna ainda mais difícil garantir retornos adequados e o progresso diverge num mundo fragmentado. Segundo o quarto ✅Energy & Natural Resource (ENR) Executive Survey da Bain & Company, uma percentagem crescente de executivos desta indústria espera que o mundo alcance as emissões líquidas zero até 2060 ou mais tarde, com 62% dos inquiridos a partilhar esse sentimento em 2024 – contra os 54% em 2023.

“O inquérito deste ano concluiu que as empresas de energia e de recursos naturais não diminuíram as ambições de crescimento dos seus negócios orientadas para a transição. Contudo, a disponibilidade dos clientes para pagarem essa transição é um dilema crescente, tal como a capacidade de gerar um retorno do investimento (ROI) adequado nos projetos com esse enfoque. Em resultado disso, as empresas estão a concentrar-se em projetos com um caminho de ROI viável. Convém ainda relembrar o impacto direto dos juros mais elevados no custo dos projetos de transição. Esta é, sem dúvida, uma das histórias mais importantes de 2023 também neste âmbito.”, adianta Eduardo Ferreira de Lemos, responsável pela prática de energia da Bain & Company, citado em comunicado.

A Bain & Company entrevistou mais de 600 executivos do setor (petróleo e gás, serviços públicos, produtos químicos, mineração e agronegócio) em todo o mundo para estudar e reportar as opiniões dos líderes desta indústria sobre a transição energética, as novas tecnologias e as oportunidades de investimento, mas também compreender os maiores desafios que se impõem à descarbonização na perspetiva dos seus protagonistas.

Enquanto a indústria se prepara para a CERAWeek 2024 esta semana, o inquérito destaca cinco temas:

Apesar dos investimentos continuados das empresas de ENR na descarbonização, cerca de 62% dos executivos inquiridos antecipam agora que o mundo atingirá o zero líquido apenas em 2060 ou mais tarde, acima dos 54% em 2023. Esta visão é consistente na maioria das regiões e mais evidente entre os executivos do petróleo e gás.

  1. 💥️Maioria das empresas mantém ou aumenta investimento no crescimento orientado para a transição

Os executivos do Médio Oriente (61%), da Ásia-Pacífico (55%) e da América Latina (51%) estão a sentir-se mais otimistas quanto às perspetivas do crescimento orientado para a transição (energias renováveis, hidrogénio, produtos de base biológica ou lítio e outros produtos) contribuir para a valorização e os lucros das respetivas empresas até 2030. Por isso, estão a manter ou a aumentar os investimentos verdes. Apenas 4%, 12% e 10% dos executivos das três regiões expressaram, respetivamente, menos otimismo. Na Europa, o inquérito revelou um quadro mais equilibrado, com 30% dos inquiridos a revelar mais otimismo – contra 27% menos otimistas. Já na América do Norte, 29% dos executivos mostraram-se mais positivos, contra 17% menos positivos.

  1. 💥️Executivos mais preocupados do que nunca em gerar retornos aceitáveis para expandir transição

À semelhança de 2023, os executivos inquiridos pela Bain & Company afirmam que o maior obstáculo à expansão dos seus negócios orientados para a transição é encontrar um número suficiente de clientes dispostos a pagar preços mais elevados – ou receber um apoio político equivalente –, que lhes permita criar um retorno de investimento suficiente. De facto, a percentagem de executivos que identificam esta questão como um obstáculo muito significativo aumentou 14 pontos percentuais entre 2023 e 2024, para 70% dos executivos auscultados.

4. 💥️América do Norte é agora a região mais atrativa, seguida da Europa e da Austrália e Nova Zelândia

A América do Norte emergiu como o líder em investimentos verdes, já que 79% de todos os inquiridos a consideram uma região atrativa para os investimentos em transição energética. A região seguinte é a Europa com 65%. Curiosamente, os executivos de todas as regiões classificaram a América do Norte como mais atrativa do que a Europa, incluindo os inquiridos sedeados na Europa. A Austrália e a Nova Zelândia surgem em segundo com 43%. Sublinha-se ainda que cerca de 70% dos executivos de todo o mundo afirmam que a redução da incerteza política melhoraria significativamente a sua capacidade de expandir os negócios orientados para a transição.

5. 💥️Inteligência artificial é um fator que faz cada vez mais a diferença

Mais executivos – 65% em 2024 – acreditam que a IA, incluindo a IA generativa, e as tecnologias digitais terão um efeito significativo nos seus negócios até 2030, face aos 56% o ano passado, conclui ainda o inquérito da Bain & Company a executivos do setor de ENR. As aplicações de IA mais promissoras incluem a melhoria da manutenção, da produção e da cadeia de abastecimento, enquanto a redução de emissões é vista como menos promissora.

A maioria das empresas está a concentrar-se primeiro em aplicações que apresentam um caminho mais claro e curto para o retorno do investimento. Com o tempo, espera a Bain & Company, a indústria irá concentrar-se em casos práticos mais avançados e de maior valor, como projetos de engenharia mais automatizados.

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