Mulheres indígenas são vítimas de estupro de corpo e alma, diz Potiguara

Jade Santana

21/04/2023 04h00

A estratégia de resistência cultural das mulheres indígenas sempre foi a palavra, a oralidade. As ancestrais conseguiram preservar seus saberes por gerações passando às e aos descendentes, por meio da língua, histórias, cosmovisões e simbologias de seus povos. Mas, infelizmente, nem todos os povos tiveram esse privilégio. Quando os portugueses chegaram ao país, havia entre 600 e mil idiomas falados em território nacional. Hoje em dia, apenas entre 160 e 180 línguas indígenas resistiram. Esses números não são apenas um reflexo do apagamento cultural, mas também de violências e injustiças.

Mulheres indígenas  - Divulgação Abip (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) - Divulgação Abip (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) Marcha das Mulheres indígenas em Brasília  - André Porto/ysoke - André Porto/UOL

Em "Livro sem letras", Telma Tremembé traz como as emoções e os sentidos dos povos indígenas se relacionam com a vida e a natureza, é uma obra sem palavras. E também aproveito para indicar o meu livro "Aby Ayala Membyra Nenhe'gara" ou "Cânticos de uma filha da Terra", onde busquei, na escrita, uma forma de suprir tanta dor e tantas injustiças provocadas pelas violências sociais que nós, mulheres, ainda sofremos. Ele foi inspirado nas minhas avós, nas mulheres que foram silenciadas e apagadas. E, por meio da poesia, apresento as cosmovisões do povo do qual fui extraída.

*Reportagem teve supervisão e edição de Joana Suarez

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