Excitada o tempo todo: disfunção sexual atinge até 4% das mulheres

Já pensou passar o dia todo excitada? Esse problema atinge 4% das mulheres
Transtorno de excitação persistente causa diversos transtornos na vida de mulheres - iStock

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Ana Canosa

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O primeiro artigo sobre o assunto foi divulgado em 2001, no qual cinco casos serviram de base para a discussão do fenômeno. Essa disfunção sexual acomete exclusivamente as mulheres, é caracterizada por não estar associada a interesse ou a pensamentos sexuais e/ou fantasias, sendo apenas uma resposta fisiológica, o que a diferencia do quadro de hipersexualidade.

A origem do problema não é clara. Quem se debruça a compreender os motivos que desencadeiam os sintomas da excitação genital persistente encontram grupos de motivações físicas: genital, como no caso de quem tem alguma infecção clitoriana, vulvar ou uretral; pélvica, como no caso das varizes pélvicas ou outras infecções; neuronal, como no caso dos traumas e alterações cerebrais, que podem levar a comprometimento da atividade motora - há uma correlação entre TEGP e síndrome das pernas inquietas, por exemplo.

Parece que mulheres com o transtorno tem hiperestimulação do lóbulo paracentral, mas ainda não se sabe como e porque isso acontece.

Além das causas físicas, ainda existem as de ordem emocional e as que podem estar associadas a transtornos mentais, como depressão, ansiedade e transtorno obsessivo-compulsivo.

Aliás, algumas mulheres relatam uma coincidência do início dos sintomas com a descontinuação do uso de antidepressivos. Parece que o fenômeno pode ter causas diferentes ou várias.

Alguns estudos[AC1] descrevem gatilhos: tensão, medo, raiva, ansiedade aguda, aborrecimento e estresse. Em menor número, algumas mulheres disseram que os sintomas podiam ser disparados pelo consumo de álcool, especialmente o vinho tinto.

O tratamento ainda é na base da tentativa e erro, a depender da principal hipótese do foco desencadeador de tal patologia, e envolve o uso de antidepressivos, fisioterapia pélvica, psicoterapia comportamental, técnicas de relaxamento, neuromodulação e cirurgias.

Ainda faltam muitos estudos para melhor esclarecimentos, porém é necessário que sua existência seja mais difundida e conhecida pelos profissionais de saúde e população geral, a fim de que a mulher acometida seja rapidamente encaminhada para tratamento. A urgência vem do fato de o TEGP ter impacto significativo na vida social e estar relacionado a graves alterações emocionais.

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