Julia Konrad fala sobre estupro conjugal e que não quer ser mãe

De Universa, em São Paulo

"Desculpa Alguma Coisa" desta quarta-feira (09) é a atriz Julia Konrad. Ela fala sobre como foi identificar que sofria estupro conjungal em um antigo relacionamento, diz que entendeu que não quer ser mãe e que já se viu presa em um tipo de positividade tóxica a respeito da sua aparência.

Ela conta que demorou para compreender as violências sexuais que partiram de um ex-companheiro, justamente por estar em um relacionamento amoroso.

"Eu acordava e [o sexo] já estava acontecendo. Mas era namorado, eu achava que estava tudo bem. "[Pensava] 'está doendo, espero que ele termine logo'. Eu achava que era frígida, que era um problema totalmente meu", ela diz.

Julia também fala que entendeu que não quer ser mãe, afirma que chegou a fazer exames para congelar óvulos, mas que desistiu da ideia de maternidade. Ela diz que a decisão a ajudou a virar uma chavinha sobre seus relacionamentos amorosos.

"Se eu não quero ser mãe, por que eu preciso de macho? Por que preciso ir atrás de relacionamentos longos, casamento? Eu já convivi com três pessoas com quem me relacionei e hoje acho que estar vivendo uma situação amorosa, que não existe rótulo, tem me liberado uma energia", afirma.

Ela ainda conta de quando foi diagnosticada com acne severa e que a ideia de auto aceitação aumentou ainda mais o sofrimento, pois ela se via em um tipo de positividade tóxica na qual era obrigada a se aceitar.

"Eu estava sofrendo por isso, porque eu tinha que aceitar a espinha, aceitar como eu era. Pensava: 'Como eu vou militar se eu não me aceito?'. E aí a chavinha mudou e eu entendi que virou uma ditadura também. Minha acne era uma doença da pele, eu estava tratando ela pra não sofrer", ela diz.

O programa "Desculpa Alguma Coisa" vai ao ar às quartas, às 20h, no Canal YSOKE, no YouTube de Universa e em plataformas de áudio.

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