Venezuela cria 1ª escola de reciclagem e tira 130 toneladas de lixo da rua

San Cristóbal, capital do estado de Táchira, fica a pouco mais de uma hora de distância da fronteira com o país vizinho, a Colômbia. São 241 km² localizados no início da Cordilheira dos Andes venezuelana circundada pelos parques nacionais de General Juan Pablo Peraloga e El Tamá.

A região, que é a oitava mais populosa da Venezuela (com cerca de 300 mil habitantes), é também a segunda área metropolitana com a menor taxa de pobreza no ranking nacional.

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Reconhecida pela cordialidade de seu povo e sua qualidade em educação universitária, a cidade transfronteiriça viu nascer, mesmo em meio a uma crise sanitária mundial, a primeira Escola de Reciclagem da Venezuela.

Criada em maio de 2023, o projeto é da empresa privada Andes Plast Recicla e foi impulsionado por um grupo de três engenheiros e uma arquiteta. Em novembro de 2023 iniciaram um plano piloto em uma das principais avenidas da cidade, a Avenida Carabobo, e desde então têm estendido sua atuação por outros bairros e localidades.

Apesar de trazer nome "escola", essa não é uma escola tradicional. São oferecidos cursos de duração aproximada de três semanas para interessados em aprender sobre reciclagem. Prestam também consultoria na área de reciclagem para outras cidades dentro e fora da Venezuela, desenvolvendo modelos de manejo e reaproveitamento dos recursos sólidos.

O objetivo principal é ensinar aos munícipes como separar o lixo que pode ser reciclado e/ou reutilizado, e assim gerar um impacto positivo para o meio ambiente e, consequentemente, beneficiar a cidade. O modelo proposto integra todos os setores de San Cristóbal em torno dos pressupostos da economia circular: privado, público (governo regional e municipal), universidades e comunidades.

"Quase todos os membros da diretoria são além de engenheiros, professores universitários, ou seja, é um grupo que acredita que pela educação podemos transformar as cidades em um grande ecossistema sustentável, começando pela nossa. Nosso principal horizonte é nunca subestimar a capacidade das pessoas de aprender, de mudar. E, por isso, somos, desde o nome, uma escola", explica o engenheiro ambiental e diretor geral da Escola de Reciclagem Ronny Chacón, em entrevista a 💥️Ecoa.

Escola de Reciclagem na Venezuela - Divulgação - Divulgação Escola de Reciclagem - Divulgação - Divulgação

A Escola de Reciclagem faz tanto sucesso que foi até mesmo procurada pelo órgão nacional para que o ajudasse a desenvolver os sistemas sustentáveis de reciclagem em outras cidades do país.

A iniciativa, que no primeiro mês de operação contava com oito pessoas na área de produção, atualmente gera emprego para 45 trabalhadores, conta com serviço de lavagem das lixeiras que é feito à moto, serviços de reparação e manutenção das mesmas e pretende ampliar em até cinco vezes mais os locais de depósito de lixo (chegando à 500 lixeiras), além de gerar mais integração entre os sistemas de coleta e melhorar o monitoramento e geração de dados com uso de tecnologia.

"Foi preciso para nós - e ainda é - criar credibilidade e confiança na coleta de recicláveis, não subestimar a capacidade das pessoas em aprender e ter sempre como horizonte que vendemos um produto, mas também nos beneficiamos dele, o benefício final é nossa cidade, a cidade na qual vivemos", finaliza Ronny.

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