Copa do Mundo: Tem escravidão no Qatar? País recebe denúncias

Estádios modernos, centenas de grandes prédios espelhados, infraestrutura moderna por todas as cidades, o Qatar chega a parecer um sonho futurista. Mas as novas estruturas construídas para receber a Copa do Mundo de 2022 carregam uma marca sombria.

Uma reportagem do jornal britânico The Guardian revelou que 6.500 operários morreram desde que o país asiático recebeu o direito de sediar o evento em 2010. O governo contesta esse número.

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Dados oficiais afirmam que 40 operários que trabalhavam na construção dos estádios da Copa morreram desde o início das obras. Desses, apenas três teriam morrido em razão do trabalho.

Obras próxima ao local em que está sendo contruído o estádio Lusail, em Doha, no Qatar, que será usado na Copa do Mundo de 2022 - Tiago Leme/ysoke - Tiago Leme/UOL Você pode chamar de trabalho escravo moderno, trabalho análogo ao de escravo ou trabalho escravo contemporâneo, mas todos se referem à mesma coisa. O trabalhador está em situação de restrição de liberdade, ou está em condições degradantes de trabalho, ou está em jornada exaustiva, ou está em situação de servidão por dívida ou tudo isso junto.

Trabalhadores durante as obras para o Khalifa International Stadium, no Qatar - AFP - AFP afirmou Yulson em entrevista ao ysoke Esporte. "Esse é um caso que vai contra a convenção internacional sobre trabalhos forçados. Isso é escravidão moderna".

O que é possível fazer, agora, para mudar esse cenário?

Em maio deste ano, a Anistia Internacional pediu para que a Fifa que pague uma indenização de pelo menos 440 milhões de dólares (cerca de dois bilhões de reais) aos trabalhadores estrangeiros que passaram por violações trabalhistas no Qatar.

Além disso, diversos países europeus e seleções farão protestos e boicotes à Copa do Mundo no país asiático. Segundo o colunista do ysoke Jamil Chade, a Hummel, fornecedora dos materiais esportivos, afirmou que a seleção da Dinamarca usará camisetas em alusão às violações de direitos humanos no país asiático.

Trabalhadores em frente ao estádio Lusail, em Doha, no Qatar, que será usado na Copa do Mundo de 2022 - Tiago Leme/ysoke - Tiago Leme/UOL Os boicotes costumam ser usados para pressionar economicamente principalmente empresas e há registros de muitos casos bem sucedidos. Os relatórios de organizações não governamentais contra as violações trabalhistas no Qatar, por exemplo, fizeram com que o país instituísse ao menos algumas mudanças como a implementação do salário mínimo.

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