Contra transfobia de autora de Harry Potter, ela arrecada mais de R$ 20 mil

Em 2023, a autora da saga Harry Potter, J.K. Rowling, protagonizou um debate nas redes sociais ao criticar o termo "mulheres que menstruam" afirmando que a palavra "mulher" já seria suficiente para falar sobre pessoas do sexo feminino cisgênero. Nesse sentido, J.K. Rowling entende a definição de gênero apenas pelo sexo biológico.

Mas, para pessoas trans, que não se identificam com o sexo biológico, essa perspectiva de identidade de gênero não cabe em seus corpos e em suas vidas. Além desse episódio, no mesmo ano, J.K. desejou boas vindas a um usuário do Twitter que havia tido sua conta banida após afirmar que preferia ter AIDS a apoiar pessoas trans.

Relacionadas

As falas da autora causaram desconforto e indignação em toda comunidade LGBTQIA+, que se posicionou contrária às posições, assim como os próprios atores que deram vida aos personagens da saga.

Por ter direito a royalties de qualquer produção relacionada à sua obra, ativistas críticos às posições da autora mobilizaram uma campanha de boicote ao jogo de RPG "Hogwarts Legacy", lançado em fevereiro deste ano e ambientado no universo de Harry Potter.

Na contramão deste movimento, a artista e streamer Wanessa Wolf optou por realizar lives enquanto concluía as missões do jogo e fez disso uma campanha para arrecadar dinheiro para causas trans. A escolha levou em consideração o fato de o jogo ter uma personagem trans e não ter elementos transfóbicos: "Porque aí seria inadmissível eu jogar. Eu estaria dentro da minha live perpetuando o discurso transfóbico, não condiz comigo, sou uma pessoa trans".

💥️Em vez do boicote ao jogo, Wanessa arrecadou R$ 23 mil para ONGs de pessoas trans. A decisão não significa que Wanessa discorde do boicote como um ato político. "É comum ter esse tipo de boicote com os elementos do Harry Potter, eu acho bem válido, mas eu optei por uma outra forma de militância".

💥️Contrariando as posições pessoais da autora da saga, os produtores do jogo incluíram uma personagem trans, Sirona Ryan. "Criaram essa personagem para dizer que tem representatividade", diz a artista e streamer Wanessa Wolf. No entanto, para ela, "a representatividade tinha que ser para além do jogo, eles deveriam contratar pessoas trans, financiar alguma ONG que acolhe pessoas trans ou que está envolvida em pautas de melhorias para essas pessoas".

Dinheiro arrecadado ajudou na reabertura de casa de acolhimento para pessoas trans

1 - Divulgação - Divulgação 2 - Divulgação - Divulgação A Casa Florescer foi uma das instituições que recebeu doações de Wanessa Wolf

Para a Casa Florescer, a doação possibilitou a compra de itens como TV, notebook, alimentos, roupas de cama e outros itens domésticos fundamentais para o dia a dia das mulheres da casa. Alina, criadora de conteúdo e antiga moradora da casa, comenta que "ter uma influenciadora com o alcance da Wanessa ajudando com a doação é algo que sem dúvidas ajuda a estabilizar a casa, para que ela continue florescendo e para que muitas meninas tenham a oportunidade de recomeçar a vida a partir dali, assim como eu".

O que você está lendo é [Contra transfobia de autora de Harry Potter, ela arrecada mais de R$ 20 mil].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...