Com cacique, bispo e MST, romaria reúne 4.000: Terra não é mercadoria!

As mais de 4 mil pessoas que tomaram as ruas da pequena Eldorado do Sul, cidade a cerca de 17 km de Porto Alegre, em plena terça-feira de Carnaval não usavam fantasias nem tocavam bateria. O enredo desse 'bloco' era fé e respeito à mãe natureza e preocupação com o sustento no campo em tempos de seca e fome.

Esses sentimentos moveram as pessoas que participaram de uma das mais tradicionais festividades religiosas do país, a Romaria da Terra do Rio Grande do Sul, realizada no Assentamento Integração Gaúcha, mais conhecido como Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz).

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A peregrinação é organizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), Via Campesina, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Conselho Indigenista Missionário Sul (Cimi), a Comissão das Pastorais Sociais e a Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap).

O lema deste ano foi 'Terra e Pão: em defesa dos territórios e produção' e foi bastante propício para um momento que é bastante preocupante para quem tira seu sustento da natureza.

💥️O Rio Grande do Sul literalmente queima com mais uma grande seca no campo (no seu terceiro ano consecutivo), que está provocando prejuízos para milhares de famílias que perderam a produção de um ano inteiro.

Direitos e proteção para o campo

Romaria da terra - Adriana Machado - Adriana Machado Romaria da terra - Adriana Machado - Adriana Machado Romaria da terra - Divulgação - Divulgação Romaria da terra - Adriana Machado - Adriana Machado Durante a romaria, participantes distribuíram porções de arroz agroecológico produzido no assentamento

O Assentamento Integração Gaúcha é referência em práticas agroecológicas em território responsável pela produção do arroz, frutas e hortaliças comercializadas em feiras orgânicas e mercados da Região Metropolitana de Porto Alegre.

Mais de 60 famílias produzem alimentos sem agrotóxicos, numa área de 1.100 hectares. No começo, passaram a investir em hortas que garantissem o sustento, atualmente, a produção é organizada por meio de cooperativas ou pequenos grupos.

No assentamento, há centro comunitário, escola de educação infantil e outros espaços que de atividades para todas as faixas etárias. O local tem uma longa história de resistência, de luta, de produção. Bem como uma relação com o meio ambiente.

"O Planeta Terra não é mercadoria, é território de todos os povos, precisa ser cuidado com amor e respeito. A festa popular é feita para reavivar a memória, a fé, a esperança, o cuidado, a solidariedade com os pobres da terra, fortalecer as lutas sociais e melhoria das condições de vida do povo do campo e da cidade", disse Luiz Antônio Pazinato, da coordenação da Comissão Pastoral da Terra do RS.

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