As estações de metrô em Estocolmo são incríveis, mas fuja da mal-assombrada

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Felipe van Deursen

Moscou talvez seja mais conhecido e celebrado, mas foi Estocolmo que abraçou para valer a ideia de que as estações não são apenas equipamentos públicos essenciais para o transporte em grandes cidades. O metrô da maior cidade escandinava transpira arte.

Nem sempre foi assim: a capital sueca ganhou sua primeira linha em 1950, e foi preciso uma década de discussões entre o poder público e a comunidade artística para que uma tradição da Suécia, as exibições de arte públicas, se espalhasse também pelo subterrâneo.

A ideia parte da premissa de que nem todo mundo tem dinheiro, tempo ou disposição de ir a um museu. Obras do tipo, então, cumprem esse papel de levar arte, de graça, ao dia a dia das pessoas (mesmo que elas não tenham pedido por isso).

Nos últimos 60 anos, o metrô de Estocolmo se desenvolveu para virar o que os órgãos de turismo locais chamam de "maior exibição de arte do mundo". Viajar pelos 110 km de extensão da rede e passar pelas 100 estações é um passeio por si.

Foi algo que se desenvolveu junto com o metrô. Sempre que o governo anunciava novas linhas e estações, artistas entravam em cena ao lado dos engenheiros.

Isso se mantém até hoje. Em 2018, com o anúncio de uma expansão de 11 novas estações, previstas para 2026, 150 artistas foram contratados para os trabalhos de arquitetura e design.

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💥️Estação mal-assombrada

O sistema metroviário de Estocolmo também tem sua dose de lendas urbanas. A mais famosa fala de uma estação abandonada, de onde parte o Silverpilen ("flecha de prata"), um trem-fantasma prateado.

A maldição teria começado, segundo uma das versões, com uma jovem voltando para casa tarde da noite, após uma festa. Ela pegou o tal trem prateado, achou os outros passageiros meio estranhos, mas não deu bola. Só entrou em pânico quando viu que o carro não parava em nenhuma estação.

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Ao passar por Kymlinge, o trem parou. Os passageiros atravessaram as portas trancadas e desapareceram. Quanto à garota, foi encontrada morta ou enlouquecida, caminhando no bosque vizinho de Ursvik.

A lenda tem uma base de verdade. O trem cinza, que muitos holmienses (sim, esse é o gentílico de Estocolmo) alegam ter visto pela malha metroviária, existe para valer.

É apenas um carro de apoio, sem pintura, usado em momentos de manutenção. Só isso.

Já Kymlinge é uma cidade da região metropolitana de Estocolmo que, nos anos 1970, passou por um período de urbanização que acabou interrompido. A ideia de transferir escritórios e agências governamentais para lá acabou engavetada quando as autoridades perceberam que era melhor focar em outras áreas mais centrais e ainda pouco urbanizadas e preservar o verde de Kymlinge.

Assim, as obras da estação foram interrompidas. A estrutura está lá, e é possível vê-la sem sair do trem, logo após passar pela estação Hallonbergen.

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