Espumante para inglês ver: bebida favorita do Rei Charles chega ao Brasil

Rei Charles 3° em evento em março de 2023 - Andreas Rentz/Getty Images

Sergio Crusco

Colaboração para Nossa

03/07/2023 04h00

Os dois últimos grandes eventos reais — o Jubileu de Platina da rainha Elizabeth 2ª, comemorado em 2022, e a coroação de Charles, este ano — ganharam edições especiais de espumantes Gusbourne, cujas primeiras vinhas foram plantadas em 2004.

A família real tem referendado a fama e a qualidade dos espumantes britânicos em cerimônias palacianas. Em novembro do ano passado, Charles recebeu o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, com um brinde do Blanc de Blancs da vinícola Ridgeview.

Em 2011, Elizabeth já havia concedido a mesma honra ao então presidente dos Estados Unidos Barack Obama, optando por um rosé borbulhante da mesma casa.

Gusbourne Exclusive  - Divulgação - Divulgação

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As mudanças climáticas, que têm afetado a produção de vinho no mundo, de certa maneira foram benéficas para a Inglaterra. Antes um terreno desconhecido pelos enófilos, hoje o país é notório pela qualidade dos espumantes, que contabilizam cerca de 70% de sua produção de vinhos.

Colheita de Pinot Meunier, na Nyetimber, em West Chiltington - Peter Macdiarmid/Getty Images - Peter Macdiarmid/Getty Images Christopher Merret  - Reprodução - Reprodução

Há registros de que monges franceses de Limoux já faziam vinhos espumantes no século 16, estilo denominado Blanquette de Limoux. A técnica, porém, era diferente. O vinho começava a fermentar no tanque e o trabalho das leveduras continuava a acontecer dentro da garrafa (o método ancestral empregado nos dias de hoje por produtores de pét-nats, os espumantes naturais).

Naqueles tempos, a formação de borbulhas, que geralmente acontecia de forma acidental, era considerada defeito ou descuido do produtor. O vinho parava de fermentar no inverno, mas na primavera as leveduras acordavam e ainda encontravam açúcar para devorar dentro da garrafa, produzindo gás carbônico.

A sacada de Merret foi jogar mais açúcar e uma nova turma de leveduras no vinho já fermentado para, de propósito, produzir espumante. A mesma sacada que, coincidentemente ou não, os produtores de Champagne viriam a ter alguns anos mais tarde.

Os planos do cientista inglês floparam, ninguém deu bola para suas bolhas. Os franceses levaram a ideia adiante, refinaram a técnica de refermentação e, no final do século 19, Champagne já era uma das regiões vinícolas mais cobiçadas do Velho Mundo, fama que só cresceu daquele tempo para cá.

Pois chegou a vez do espumante inglês ir à revanche.

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