Sinagoga de Munique destruída por nazistas é redescoberta

Cerca de 150 toneladas de ruínas arquitetônicas estavam submersas no rio Isar - Jüdisches Museum München

Stefan Dege

da Deutsche Welle

07/07/2023 15h20

Os restos do edifício acabam de ser redescobertos. Durante trabalhos de construção na barragem do rio Isar, perto da ponte Grosshesseloher, as escavadeiras esbarraram em fragmentos de pedra no leito do rio: flores, frisos elaborados, uma tábua da lei, ao todo 150 toneladas, entre dois e oito metros de profundidade.

O diretor do Museu Judaico, Bernhard Purin, conta que o sensacional achado quase o fez "cair da cadeira": a primeira peça que identificou foi a velha tábua da lei, com os Dez Mandamentos em escrita hebraica, que ficava acima do relicário do torá.

Grande Sinagoga de Munique por volta de 1930 - Stadtarchiv München - Stadtarchiv München Tábua da Lei foi primeiro fragmento identificado por diretor do Museu Judaico - Jüdisches Museum München - Jüdisches Museum München

Tábua da Lei foi primeiro fragmento identificado por diretor do Museu Judaico

💥️Recalque do passado nazista

Após a demolição, a empresa de início depositou o gigantesco volume de pedras em seu pátio de construção, até que foi contratada em 1956 para reparos da represa do Isar. Ao que tudo indica, as toneladas de escombros foram então despejadas no rio.

Também isso faz parte da história de recalque: na década de 1970, a municipalidade comprou o enorme terreno da firma Moll, até ele ser reconfigurado para a Bundesgartenschau 1983. "Foram movidos 1,5 milhão de metros cúbicos de terra para dar uma forma à paisagem. Além disso, plantaram-se 6 mil grandes árvores", registra a sociedade responsável pela mostra de jardinagem em seu website.

Hoje lá está localizado o Westpark, uma paisagem ondulante atravessada por playgrounds e quadras de esportes, assim como locais para churrasco, rotas de passeio e ciclovias, uma cervejaria e um restaurante. É bem possível que mais destroços da Grande Sinagoga se encontrem debaixo de uma ou outra colina do parque.

O Departamento Estadual de Preservação do Patrimônio já começou o transporte das toneladas de pedra para outro depósito. O diretor Bernhard Purin calcula que o exame do material dure de um a dois anos. O Museu Judaico — que já tem em seu acervo fragmentos de pedra e dos vitrais da Grande Sinagoga — vai assistir na classificação dos objetos.

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