Pós-pandemia: Empresas de viagens vão demorar de 4 a 5 anos para “se curar da Covid-19”

Turistas no aeroporto de Frankfurt

Setor de viagens já deixou de dar prejuízo, mas saúde financeira virá em até 5 anos (Imagem: REUTERS/Ralph Orlowski)

O 💥️setor de viagens sofreu drasticamente com a pandemia da 💥️Covid-19, com o fechamento das fronteiras para estrangeiros em março do ano passado e reabertura somente em setembro. Além disso, as medidas restritivas para o distanciamento social derrubaram o fluxo do mercado interno.

Como era inevitável, as viagens corporativas foram duramente atingidas, com um tombo de 91,8% no número de passagens aéreas vendidas no 2º trimestre de 2023, na comparação com o mesmo período de 2023.

Por outro lado, os números atuais indicam algum alívio, após um período de tanto sofrimento. Segundo o presidente da Abracorp (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas), Gervasio Tanabe, a expectativa para novembro é de uma retomada, com a atividade do setor chegando a 70% do patamar pré-pandemia.

Ele também explica que o setor de viagens, como um todo, parou de ter prejuízos em agosto. O problema é que, assim como a maioria das vítimas do coronavírus, as sequelas demorarão para desaparecer.

“As empresas foram muito prejudicadas ao longo desses quase dois anos praticamente parados, então elas foram muito machucadas. Por isso, a expectativa é que a recuperação plena vai acontecer mesmo daqui a 4 ou 5 anos”, disse Tanabe ao 💥️Money Times.

Ainda de acordo com o presidente da Abracorp, de todas as empresas de viagens, as companhias do setor aéreo tendem a ser as mais impactadas e a ter uma maior dificuldade de se recuperar.

Bagagem extra: dólar alto e combustível caro pesam nas contas das empresas aéreas (Imagem: Unsplash/Bao Menglong)

“É claro que o mercado da aviação é altamente prejudicado, porque ele tem componentes externos que não estão sob sua gestão, como o 💥️dólar (💥️USDBRL) e o preço do 💥️combustível. Esses dois aspectos pesam demais na companhia aérea”, completa Tanabe.

A 💥️Azul (💥️AZUL4) tem uma avaliação semelhante. Em nota enviada à reportagem, a companhia afirma que, além do dólar, o combustível é o fator que mais afeta na aviação. “O preço do querosene de aviação tem aumentado nos últimos meses e isso causa impacto nos custos das empresas”, diz a companhia.

A empresa, contudo, procura demonstrar otimismo com as perspectivas do setor. “O mercado de aviação no Brasil possui um grande espaço de oportunidades para as companhias aéreas, visto que os brasileiros ainda viajam pouco se comparados a outros países da própria América Latina”, afirma.

Aéreas vão driblar esses problemas?

Os especialistas se dividem sobre a capacidade das áreas de se recuperar dos impactos da pandemia. O CEO da Trevisan Escola de Negócios, VanDyck Silveira, acrescenta outro complicador à situação do setor. “A maioria das empresas aéreas não são donas das aeronaves, elas fazem leasing, uma espécie de aluguel dos aviões, que é cotado em dólar. Então isso também prejudica”, disse Silveira.

Aviação Avião Setor Aéreo

Desembarque imediato: para parte dos analistas, não é hora de comprar ações das aéreas (Imagem: Pixabay)

Por isso, o especialista calcula que esse não é o momento de investir nem na Azul e nem na Gol. “Eu não acho que esse seja o momento para investir no setor, as ações da Azul e da Gol estão baratas, mas tem outras coisas mais baratas com maior chance de sair da crise ou até que já saíram dela”, argumenta.

Nem tudo está perdido

Para Alexandre Kogake, analista da 💥️Eleven, as empresas não estão sendo passivas aos problemas como a alta do dólar e dos combustíveis, tendo em vista o aumento recente nas passagens aéreas para compensar as baixas do segmento.

Avião Robô

Para a Eleven, as empresas aéreas não estão passivas diante da situação (Imagem: Agência Brasil/Reprodução)

“Azul e Gol comentaram para o mercado que estão praticando preços acima da pré-pandemia, mas na média ainda está baixo, pois o setor de viagens corporativas, que tem uma tarifa mais alta, ainda não retomou totalmente. Porém, quando você considera o mesmo trecho na média, ele já está maior”, diz Kogake.

O especialista vê uma recuperação das empresas aéreas mais rápida do que a  estimada pelo presidente da Abracorp. “As empresas brasileiras têm uma exposição maior ao mercado doméstico, que está em forte retomada, o que tende a favorecer a uma recuperação mais agressiva. Por isso, não vejo essa demora de 4 anos”, afirma.

Sendo assim, o analista possui uma visão positiva para 💥️Azul (💥️AZUL4) e 💥️Gol (💥️GOLL4), com recomendação de compra para ambas e preço-alvo de, respectivamente, R$ 54 e R$ 33. Seu otimismo é baseado na expectativa de que as empresas estarão totalmente recuperadas em 2023.

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