Meninas de cabelo azul de 17 anos não representam os russos, mas Putin, sim

Você não sabe o que é "estatística moral"? Proponho que você leia "La Défait de L’Occident" (A Derrota do Ocidente) do antropólogo, demógrafo e historiador francês Emmanuel Todd, lançado neste ano de 2024, pela Gallimard. Alguns títulos dele estão disponíveis em português, este provavelmente estará em breve, espero.

Não perca tempo com o vício máximo do público contemporâneo querendo saber se o autor é de direita ou esquerda para xingá-lo segundo a vontade do freguês.

"Estatística moral" era um termo comum no século 19 para se referir a estatísticas de morte por alcoolismo, suicídio, homicídio e similares em uma determinada sociedade. Como tudo que se refere a moral, e a vícios e virtudes, o termo saiu de moda no tempo regressivo em que vivemos.

Putin ganhou a eleição de novo e com folga. Evidente que "observadores e especialistas ocidentais" disseram que as eleições na Rússia são favas contadas. Ninguém sabe ao certo como se contam essas favas, mas as "certezas" acerca da Rússia são algumas das maiores falácias praticadas pela inteligência pública do lado de cá.

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Proporia um procedimento na sua versão hiperbólica: não leve em conta nada que se diga acerca da Rússia se vier da imprensa implicada com a ideia de que os russos e Putin são monstros que bebem sangue de crianças no café da manhã.

O marco teórico da maioria dos especialistas ocidentais acerca da Rússia é o que uma menina de cabelo azul de 17 anos pensa sobre Putin. Se ela invadir igrejas e cantar coisas da banda Pussy Riot, demonstrando seu feminismo infantil, então, ela é o máximo da consciência política russa.

O que você está lendo é [Meninas de cabelo azul de 17 anos não representam os russos, mas Putin, sim].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

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