Alemanha anuncia maior reforma em suas Forças Armadas desde a Guerra Fria

A Alemanha revelou as reformas militares mais abrangentes desde a Guerra Fria, incluindo o possível retorno do serviço militar obrigatório, como parte dos esforços para melhor preparar suas forças armadas para defender o território da Otan.

Falando em Berlim nesta quinta-feira (4), no 75º aniversário da aliança militar ocidental, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, disse que assinou uma ordem para reorganizar o Exército alemão de cima a baixo.

"É uma reforma histórica. Nosso objetivo é reestruturar as Bundeswehr [Forças Armadas da Alemanha] de forma que esteja melhor posicionada em caso de defesa, em caso de guerra", disse Pistorius. "Ninguém deve ter a ideia de atacar o território da Otan; isso é o que queremos transmitir."

As medidas fazem parte de uma grande mudança na atitude da Alemanha em relação às suas Forças Armadas, refletindo o que o primeiro-ministro Olaf Scholz disse ser uma zeitenwende —um ponto de virada na política de segurança após a decisão da Rússia de invadir a Ucrânia há dois anos.

Um único comando operacional assumirá o controle de quatro novas forças componentes, com a guerra cibernética elevada a um patamar igual ao das operações terrestres, aéreas e marítimas.

Os oficiais militares responsáveis pela elaboração dos planos têm seis meses para implementá-los. Uma demanda-chave do ministério é que as Bundeswehr estejam prontas para o serviço militar obrigatório na Alemanha, disse Pistorius, caso seja tomada a decisão de reintroduzi-lo. O país interrompeu seu serviço militar obrigatório —assim como a opção de servir em instituições não militares— em 2011.

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Uma proposta do Ministério da Defesa sobre um modelo de serviço nacional para jovens adultos será apresentada aos políticos alemães nas próximas semanas, acrescentou o ministro. O chamado "modelo escandinavo", em que qualquer serviço militar seria efetivamente voluntário e neutro em relação ao gênero, como é o caso de países como a Suécia, é visto como um candidato provável.

Pistorius disse ainda que as medidas restabelecerão as Bundeswehr "para um novo velho desafio". A nova abordagem de Berlim impulsionou um aumento significativo nos gastos com defesa da Alemanha, com a maior economia da Europa atingindo neste ano as metas da Otan de gastar 2% do PIB em defesa pela primeira vez em décadas.

Desde que assumiu o controle do Ministério da Defesa em janeiro de 2023, Pistorius tem enfatizado que outras mudanças culturais e estruturais são igualmente vitais se a Alemanha quiser cumprir seus compromissos com a Otan e ajudar a dissuadir a agressão russa.

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