Filiação de Datena ao seu 11º partido tem aval de Tabata, mas não limita opções do PSDB

A filiação do apresentador José Luiz Datena (PSB) ao PSDB, nesta quinta-feira (4), tem a bênção da deputada federal Tabata Amaral (PSB), pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, que segue contando com ele para ser o vice em sua chapa, só que num partido diferente.

O prazo para quem quer concorrer na eleição municipal se filiar a um partido termina no sábado (6), com o fim da janela de migração partidária.

Para os tucanos, no entanto, a filiação de Datena não limita o partido a essa única possibilidade —pelo contrário, adia para julho, época das convenções partidárias, qualquer decisão definitiva sobre lançar candidatura própria ou integrar uma coligação.

O acerto com Datena, contudo, enterrou outras apostas de nomes, como o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil), que foi convidado pelo PSDB para concorrer à prefeitura pelo partido.

Em nota nesta quinta, ele afirmou que vai permanecer na União Brasil e convidou os tucanos para sua vice. "Agradeço a receptividade dos dirigentes do PSDB e afirmo que as portas estão abertas para coligarmos e o partido indicar meu vice", diz.

De qualquer forma, a aliança entre Tabata e o PSDB é a opção que vem ganhando contornos mais definidos, como mostrou a 💥️Folha. A concretização da chapa, contudo, depende de Datena, que se filiou ao seu 11º partido e já desistiu de concorrer quatro vezes.

No último dia 22, o PSDB municipal, comandado pelo ex-senador José Aníbal, votou contra a coligação com o prefeito Ricardo Nunes (MDB). Aníbal se opõe a aliança entre Nunes e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na prática, porém, boa parte dos tucanos, além de vereadores e deputados, vão fazer campanha para Nunes, a quem preferem por ter dado continuidade à gestão de Bruno Covas (PSDB) e por estarem abrigados em cargos na máquina municipal.

Apesar da divisão na militância, a expectativa é a de que Datena dê ao PSDB visibilidade e maleabilidade, nas palavras de um tucano que trabalhou para atrair o apresentador. O PSDB quer ter em São Paulo um palanque para o presidenciável Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul.

O acerto PSB-PSDB em São Paulo tem como efeito colateral a insatisfação da governadora Raquel Lyra (PSDB-PE), que ameaça deixar o partido. Ela enfrenta em seu estado justamente a oposição do PSB de João Campos, prefeito do Recife e namorado de Tabata.

Orlando Faria, ex-presidente municipal do PSDB que deixou o posto para integrar a pré-campanha de Tabata, diz que a saída de Datena do PSB foi discutida com a deputada e tem o objetivo de que ele seja candidato a vice-prefeito.

Tabata, inclusive, estará presente no evento tucano de filiação, o que afastaria a ideia de que Datena será candidato a prefeito. Para ela, que só conta com o PSB até agora, atrair mais um partido reforça sua campanha e aumenta seu tempo de propaganda na TV.

Em 2023, Tabata preteriu o PSDB de Covas ao declarar apoio, no segundo turno, a Guilherme Boulos (PSOL), que concorre novamente neste ano. À 💥️Folha a deputada declarou não haver contradição com a aliança de agora, já que no pleito passado sua escolha foi baseada em sua oposição a Nunes, que era vice de Covas.

Procurado pela reportagem, Datena afirmou que sua mudança para o PSDB "não mudou nada" em relação a sua candidatura.

Faria afirma ainda que o PSB está auxiliando o PSDB a completar sua chapa de candidatos a vereador. "Cerca de 10 a 15 pré-candidatos do PSB, com a ida do Datena para o PSDB, também topam concorrer pelo PSDB", disse o aliado de Tabata.

Diminuído e fragmentado, o PSDB vive uma crise em São Paulo e deve perder todos os seus oito vereadores para outros partidos até sábado, o que agrava a dificuldade de atrair nomes para concorrer à Câmara Municipal pela legenda.

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