Fabricante de celulares, Xiaomi lança carro elétrico e vê corrida a lojas na China

Dois jovens profissionais chineses, ouvidos sobre fazer uma escolha entre Huawei e Xiaomi, em smartphones e agora carros elétricos, não relutaram. Huawei é para os mais velhos, Xiaomi é para eles.

O motivo não está só nos preços relativamente baixos para a alta tecnologia oferecida, uma característica da empresa, mas no design e até na ausência do peso nacionalista. A Huawei é mais avançada e venceu o cerco americano, que tentou sufocá-la proibindo acesso a chips e até sistema operacional.

Mas tanto patriotismo é também uma carga para a marca, diz um dos entrevistados, que prefere não ter o nome citado. Já a Xiaomi é leve como a aparência de seu sedã SU7. Apresentado há pouco mais de uma semana em sua loja no shopping Hopson One, que nem é dos mais luxuosos de Pequim, ele virou febre.

No primeiro dia, das 15 hashtags mais populares na rede social Weibo, sete eram ligadas à marca.

Também no primeiro dia, o SU7 passou das 90 mil encomendas, quando a fábrica em Yizhuang —área voltada para indústria de alta tecnologia, no sul de Pequim — só estava preparada para produzir 5.000 por mês. Agora ela corre para alcançar 10 mil mensais, em resposta à demanda.

O analista e consultor Yilun Zhang, voltado ao setor de carros elétricos, acompanhou a corrida às lojas e observa que "concorrentes vizinhos como o Aito M7, da Huawei, atraíram só uma fração da multidão da Xiaomi, destacando a diferença gritante na atração do consumidor".

Uma mídia que cobre o setor, CarFans China, levantou o perfil dos visitantes nos primeiros dias de exposição do novo carro, até o fim de semana passado: 70% eram homens de 25 a 35 anos.

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Essa faixa, avaliou, é influenciada por informação online e foi atraída pela reputação da marca e pela "influência de Lei Jun", cofundador e CEO da Xiaomi. Foi quem anunciou que faria o carro, há perto de três anos, e agora o apresentou, dizendo que é "tão difícil, tão difícil, que até a Apple desistiu", referindo-se ao recente abandono do projeto de veículo elétrico.

Na quarta-feira (3), ele mesmo teria aberto a porta dos primeiros a serem entregues, para os compradores entrarem. Ativo também em marketing via Weibo, anunciou que, ao mesmo tempo, começavam as entregas em 28 cidades por toda a China.

Com a confirmação das encomendas já em cerca de um terço, segundo Yilun, "administrar sua cadeia de suprimentos e produção, para garantir que os veículos sejam entregues no prazo e com qualidade, é o próximo desafio para Lei".

A corrida às lojas teve efeitos curiosos, como o carro que completou seus 800 quilômetros de alcance num único dia, só com "test drive". E outros que viraram manchete, como o salto de 16% nas ações da Xiaomi na Bolsa de Hong Kong na terça (2), ao retornar às operações pós-lançamento, fechando o dia com alta de 9%.

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