Bolsa fecha em queda e dólar sobe com avanço dos títulos do EUA

Após uma abertura frágil, a Bolsa brasileira firmou queda e o dólar passou a subir nesta sexta-feira (5), pressionada principalmente pelo avanço nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano, que registram forte alta após dados de emprego acima do esperado.

Ao fim do dia, o Ibovespa fechou a sessão aos 126.795 pontos, num recuo de 0,49%, e acumula baixa de 1% na semana. Já o dólar subiu 0,26% e terminou o pregão cotado a R$ 5,064, com valorização semanal de 10%.

Investidores seguiram monitorando as ações da Petrobras nesta sexta. Enquanto os papéis preferenciais (sem direito a voto) subiram 0,58%, os ordinários registraram queda de 0,20%. Em meio a ruídos políticos, possíveis trocas no comando e incertezas sobre o pagamento dos dividendos extraordinários retidos em março, os papéis da estatal continuam sofrendo com volatilidade.

Nos EUA, dados sobre o mercado de trabalho divulgados nesta sexta mostraram que o país criou 303 mil vagas de emprego em março, bastante acima dos 200 mil postos esperados pelo mercado.

Sobre salários, a média de ganhos por hora aumentou 0,3% em março, depois de alta de 0,2% no mês anterior, com o fim de algumas distorções relacionadas ao clima.

O aumento anual dos salários desacelerou para um patamar ainda alto de 4,1% em março, em comparação com 4,3% em fevereiro. O crescimento dos salários em uma faixa de 3% a 3,5% é considerado consistente com a meta de inflação de 2% do Fed.

"Esse dado surpreendeu o mercado e demonstra que o mercado de trabalho nos EUA ainda está muito aquecido, e isso pode ser refletido na inflação, tornando ela mais persistente e corroborando os últimos discursos de dirigentes do Fed", diz Andre Fernandes, sócio da A7 Capital.

Já Gustavo Cruz, da RB Investimentos, destaca que o crescimento salarial de 4,1% veio em linha com o esperado e não deve fazer pressão relevante sobre a inflação americana.

"Tanto a criação de vagas quanto os salários não apresentaram um crescimento relevante capaz de indicar uma retomada expressiva dos salários em meio à criação massiva de vagas. Essa ausência de crescimento salarial é importante, pois os salários em alta seriam a principal fonte de pressão inflacionária", afirma Cruz.

Sávio Barbosa, economista-chefe da Kínitro Capital, também considera que os salários seguiram uma dinâmica benigna, mas afirma que o atual ritmo de geração de vagas tende a apertar o mercado de trabalho.

"Os dados de hoje não colocam qualquer pressa sobre a autoridade monetária para antecipar o ciclo [de corte de juros]. Os dados do mercado de trabalho estão surpreendendo para cima, assim, os dados de inflação precisam mostrar dinâmica muito benigna", afirma Barbosa.

No cenário doméstico, o mercado continuou repercutindo os últimos ruídos envolvendo a Petrobras, mas não houve desdobramentos relevantes na sessão desta sexta.

Sobre o assunto, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, afirmou nesta sexta que a Petrobras contará com um ambiente de "estabilidade" nas próximas horas ou nos próximos dias, em meio à polêmica envolvendo eventual troca de comando da estatal.

O ministro avaliou ainda, em entrevista à GloboNews, que qualquer afirmação sobre mudanças na presidência da Petrobras ou até mesmo nomes que poderiam ser aventados estaria no campo da "especulação" e do "chute".

Com Reuters

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