Câncer colorretal está crescendo em pessoas com menos de 50 anos

Marisa Peters vinha tendo sintomas há anos: sangue no papel higiênico após ir ao banheiro, mudanças nas fezes e dificuldade em controlar a vontade de defecar. Mas ela estava na casa dos 30 anos, saudável e fisicamente ativa. Ela não tinha dor abdominal e os médicos descartaram os sintomas como hemorroidas ou mudanças normais pós-parto após o nascimento de seu primeiro filho.

Quando Peters finalmente visitou um gastroenterologista, em 2023, após ter seu terceiro filho e experimentar piora no sangramento pelo reto juntamente com mudanças na consistência das fezes, uma colonoscopia urgente confirmou que ela tinha câncer colorretal.

Já fazia quatro ou cinco anos desde que seus sintomas surgiram pela primeira vez. No entanto, "eu não esperava que teria um diagnóstico de câncer", disse Peters.

Um relatório publicado pela American Cancer Society (ACS) em janeiro aponta que as taxas de câncer colorretal estão aumentando rapidamente entre pessoas na faixa dos 20, 30 e 40 anos —mesmo enquanto a incidência está diminuindo em pessoas com mais de 65 anos.

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"Infelizmente, está se tornando um problema que cresce a cada ano", disse Michael Cecchini, co-diretor do programa de câncer colorretal no Centro de Câncer Gastrointestinal e oncologista do Centro de Câncer de Yale. Ele acrescentou que os cânceres colorretais de detecção precoce vêm aumentando cerca de 2% ao ano desde meados da década de 1990. Esse aumento fez com que este tumor se tornasse a principal causa de mortes por câncer em homens com menos de 50 anos e a segunda principal causa de mortes por câncer em mulheres com menos de 50 anos nos Estados Unidos.

De fato, os especialistas estão observando um aumento nos cânceres colorretal precoce ao redor do mundo —uma tendência que estão correndo para explicar.

Os cânceres de cólon e reto compartilham muitas semelhanças e geralmente são agrupados em uma categoria, chamada câncer colorretal. Estudos, no entanto, mostram que o aumento nos diagnósticos é impulsionado principalmente por um aumento nos cânceres retais e cânceres encontrados no lado esquerdo, ou distal, do cólon, perto do reto.

"Isso talvez forneça pistas para entender a situação", afirma Caitlin Murphy, professora associada e pesquisadora de câncer na UTHealth Houston, no Texas (EUA).

Os cânceres colorretais em pessoas mais jovens também tendem a ser mais agressivos e muitas vezes são encontrados em estágios mais avançados, disse Murphy. Mas a maioria das pessoas afetadas pelo tumor precoce é jovem demais para fazer parte do chamado rastreio de câncer, que ajudam a diminuir as taxas em adultos com mais de 50 anos.

Em 2023, o Grupo de Trabalho de Serviços Preventivos dos EUA reduziu a idade recomendada para iniciar o rastreio de câncer colorretal em apenas cinco anos —de 50 para 45.

A maioria dos diagnósticos de câncer colorretal ainda é feita em pessoas com 50 anos ou mais. A ACS previu no ano passado que aproximadamente 153 mil novos diagnósticos seriam feitos nos EUA em 2023, dos quais 19.550 em pessoas com menos de 50 anos.

Mas a geração dos "millennials", nascidos entre 1980 e 1990, agora têm o dobro do risco de câncer de cólon em comparação com pessoas nascidas por volta dos anos 1950, e cerca de quatro vezes maior para câncer colorretal, de acordo com um estudo publicado no Journal of the National Cancer Institute. Isso significa que os diagnósticos provavelmente "continuarão aumentando à medida que essas gerações de maior risco envelhecem", disse Murphy.

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