Campanha das Diretas foi derrotada, mas colocou povo como protagonista da política

A derrota das Diretas Já no Congresso, em 25 de abril de 1984, frustrou a sociedade civil, que nos meses anteriores animara a mais contagiante campanha da história do país, mas não dilapidou o capital político amealhado nos megacomícios, com o qual se abriria caminho para o fim da ditadura militar.

A frustração foi potencializada pela estreita margem da derrota: faltaram apenas 22 votos para ser aprovada na Câmara dos Deputados a emenda Dante de Oliveira, que restabelecia o voto direto para presidente da República.

O resultado contabilizou 298 votos a favor das Diretas, inclusive de 55 do PDS, o partido que dava sustentação à ditadura. Votaram contra 65 deputados.

Os maiores responsáveis pela derrota, no entanto, foram os 113 ausentes, que, ao debandarem do plenário, tentaram evitar a associação com uma decisão que os colocava do lado errado da história.

A estratégia não permitiu que saíssem ilesos. No dia seguinte, a💥️ Folha, corretamente, listou-os na coluna dos que votaram contra, pois esse foi o efeito prático da sua ausência.

Durante a campanha, o entusiasmo da população teve como contraponto o ceticismo dos analistas que, amparados na aritmética, anteviam que a oposição não teria votos suficientes para aprovar a emenda.

A pressão das ruas e as fissuras na frente governista deram alguma esperança aos mais otimistas. Depois do verão politicamente mais efervescente da história do país, a sociedade civil parecia querer acreditar que uma vitória, ainda que muito difícil, seria remotamente possível.

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