Ministros de Lula entram na eleição em SP e acirram disputa entre Boulos, Nunes e Tabata

A participação de ministros do governo Lula (PT) na pré-campanha eleitoral em São Paulo abriu uma nova frente de disputa entre Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato apoiado pelo presidente, Tabata Amaral (PSB), que também está na órbita governista, e Ricardo Nunes (MDB), que postula a reeleição e tem colegas de partido na Esplanada dos Ministérios.

Boulos e Tabata chegaram a dividir espaço em um evento na semana passada com o titular da Educação, Camilo Santana —cada um ficou de um lado do ministro durante entrevista coletiva. Nunes já criticou o psolista por explorar a proximidade com auxiliares de Lula para fazer agendas casadas, mas diz que espera ter em seu palanque os três emedebistas que comandam pastas no governo.

A situação evidencia a dificuldade de Lula de conseguir unidade em torno de candidatos ligados ao governo e mostra que apelos do petista têm sido desrespeitados.

Tabata usa como chamariz o apoio dos pessebistas Geraldo Alckmin, que além de vice-presidente é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e Márcio França, do Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte.

A conexão de Boulos com a máquina federal motivou crítica de Nunes, conforme noticiou o Painel.

O prefeito se incomodou com a postura de Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, que telefonou para Boulos, e não para o atual gestor da cidade, para tratar do processo que pode levar à cassação da concessão de distribuidora de eletricidade Enel na capital.

Nesta quarta-feira (10), o deputado teve reunião com Silveira em Brasília para debater os sucessivos apagões e voltou a provocar Nunes. "Falta comando, liderança, iniciativa e capacidade de diálogo com concessionárias, por isso o governo federal está puxando para si [a responsabilidade]", disse.

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Boulos fez na terça-feira (9) aparição ao lado de Esther Dweck (Gestão) e também esteve, nas últimas semanas, com Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e Marina Silva (Meio Ambiente), tanto em eventos oficiais quanto partidários. O deputado trata a relação com os ministros como um trunfo e estabeleceu como prioridade valorizar feitos do governo federal na cidade para reforçar o elo com o eleitorado de Lula.

Nunes tem afirmado que o adversário faz uso político da proximidade com o governo. A área de suporte jurídico ao prefeito monitora os episódios, mas não identificou até agora sinais de irregularidades. O acompanhamento deve ser intensificado quando começar oficialmente a campanha.

O emedebista, que em dezembro disse à 💥️Folha esperar contar com o apoio de quadros do MDB integrantes do governo federal, viu uma das aliadas ser alvo de fogo amigo na coalizão que está montando —e que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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