Refúgios entre o mar e a montanha traduzem luxo sustentável em Portugal

Um nasceu à beira-mar. O outro, na montanha. Ambos na região central de Portugal. Areias do Seixo Hotel e TheVagar Countryhouse Belmonte estão separados por 298 km, a distância entre a costa do Atlântico e a Serra da Esperança, quase na fronteira com a Espanha.

Guardam, contudo, proximidade como destinos que unem sofisticação e sustentabilidade, numa simbiose entre conforto e interação com a natureza.

Em comum também o fato de os dois empreendimentos terem sido criados por dois jovens casais como espaços nos quais hotelaria rima com ecologia.

Tanto o hotel cinco estrelas pé na areia quanto a pousada de charme na serra agregam conceitos como reciclagem de materiais, eficiência energética e reaproveitamento de água.

O Areias do Seixo é fruto do sonho de Marta Fonseca, 48, e Gonçalo Alves, 48, que construíram um lugar mágico e aconchegante na praia de Santa Cruz e suas belas dunas, a uma hora de Lisboa.

Hoje divorciados, os sócios continuam compartilhando a aventura de manter viva uma hospitalidade com alma.

Já o TheVagar traduz a história de amor de Marta Domingos, 45, e André Pinto, 41, que ergueram nas Serra da Esperança, nos arredores de Belmonte, cidade natal do desbravador Pedro Álvares Cabral, um empreendimento de ecoturismo rural numa área com vestígios da ocupação Romana.

A seguir, um passeio por dois hotéis que se propõem a entregar uma experiência de hospitalidade ao mesmo tempo requintada e despojada.

AREIAS DO SEIXO

Cada um dos 15 quartos com "alma" do hotel inaugurado em 2010 tem nome e ganha uma poesia na porta, a tradução do espírito da acomodação presente na decoração de todo o ambiente.

Ao chegar ao quarto Oliveira e Princesa, os hóspedes são saudados pelo poema "Eros e Psiquê", de Fernando Pessoa.

A sala de banho dá as boas-vindas aos hóspedes, dividida em quatro ambientes. O dos chuveiros tem duas duchas potentes, separadas por um tronco em forma de poltrona. Numa espécie de gaiola de vidro, a banheira de cimento queimado é uma jacuzzi, instalada sob uma claraboia de onde se aprecia as estrelas.

A colcha de fuxico, daquelas da casa da avó, é um toque de conforto e nostalgia. Destacam-se ainda a lareira em ferro e o painel ao fundo com madeira de demolição e uma cadeira de balanço feita com uma porta antiga, suspensa por cabos de aço.

Espelhos venezianos e candelabros de cristais são itens de requinte, em contraste com mesa de cabeceira nada mais que um tonel oxidado com tampo de vidro.

"Ao comprarmos esse terreno, a ideia era fazer um hotel diferente, como se fosse a nossa casa, onde se recebe as pessoas com um abraço, como se estivessem em família. É um convite para trazer as pessoas para uma vida mais simples e um reencontro com a natureza, para que possam ir despindo camadas e chegar à essência."

Marta Fonseca, proprietária da Areias do Seixo

A decoração abusa de materiais in natura e reciclados. O entulho da obra em vez de ser despejado no lixo virou peças criativas de mobiliário. Bases dos andaimes, por exemplo, são pés de cama.

O candelabro gigante no teto do restaurante foi feito com o aço retorcido da antiga cobertura tragada por um miniciclone que passou pela região causando estragos gerais.

"Toda a madeira da obra foi reutilizada para decorar os ambientes e como suporte para móveis. A ideia é dar vida nova aos materiais", explica Marta, sobre o conceito de upcycling, nada mais do que dar novo propósito a algo que seria descartado.

A proprietária garimpa ideias em suas andanças pelo mundo, especialmente por Índia e Marrocos, referências fortes na decoração assinada por arquitetos renomados.

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