Bunge expande apoio à agricultura regenerativa e pagará prêmio a produtor sustentável

A Bunge planeja expandir em 140% a abrangência da área plantada de seu programa que incentiva agricultores do Brasil a adotarem práticas regenerativas até 2026.

A trading e processadora global de alimentos anunciou a medida nesta quinta-feira (11), que busca incentivar sistemas agrícolas que emitem menos gases de efeito estufa.

A gigante do agronegócio afirmou ainda que pagará um prêmio sobre o valor de mercado aos produtores que venderem à companhia soja, milho e trigo cultivados com técnicas sustentáveis orientadas e supervisionadas pelo programa.

Em entrevista à Reuters, o vice-presidente de Agronegócio da Bunge para a América do Sul, Rossano de Angelis Jr., disse que a multinacional quer ampliar o projeto -- iniciado em 2023 com 250 mil hectares no cerrado -- para 600 mil hectares, incluindo estados do Sul e do Sudeste, até 2026.

A companhia projeta investir em três anos pelo menos US$ 20 milhões, que deverão ser destinados para o pagamento dos prêmios, além de ferramentas tecnológicas, rastreabilidade, coleta de dados, assistência técnica e auditoria.

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"Dentro dos US$ 20 milhões que colocamos como incentivo para o programa, vamos ter o pagamento de um prêmio, fixo, em dólar por hectare, para o volume correspondente que o produtor vender para Bunge", disse o vice-presidente de Agronegócio da Bunge para a América do Sul, evitando divulgar o valor do pagamento adicional.

Ele acrescentou que, embora o programa da Bunge dê condições para o agricultor atuar com técnicas ambientalmente mais sustentáveis, nada impede de ele vender parte de sua produção para outras tradings ou indústrias.

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No projeto piloto desenvolvido pela companhia ao longo de 2023, a Bunge identificou entre os pilares da agricultura regenerativa as seguintes práticas que devem viabilizar o pagamento dos prêmios pela Bunge: plantio direto, cultura de cobertura, rotação de cultura, utilização de bioinsumos e fertilização natural, incluindo adubação orgânica.

A adoção dos sistemas colaboram com o sequestro de carbono e evitam emissões de gases, ressaltou Angelis.

"Identificamos esses pilares da agricultura regenerativa... que entendemos que têm escalabilidade maior, tanto em volume quanto em rentabilidade", afirmou ele, ao comentar as expectativas de ampliação do programa, incluindo com o apoio de novos parceiros, como os próprios clientes da empresa, que se mostraram interessados e poderiam colaborar com recursos.

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A companhia avaliou haver interesse de clientes como indústrias do setor de alimentos e biocombustíveis de não apenas adquirir produtos cultivados com práticas regenerativas certificados, como também participarem "ativamente da jornada de transição para uma agricultura de baixo carbono".

Isso motivou a Bunge a abrir a possibilidade para que esses clientes finais invistam em conjunto com a companhia para apoiar a adoção de práticas regenerativas nas fazendas participantes do programa.

"Falando com a indústria de alimentos e biocombustíveis, alguns querem mais do que um certificado mostrando baixa emissão, eles querem ser patrocinadores, eles querem fazer parte do programa", disse Angelis.

A Bunge está em discussões avançadas com diversos desses clientes e já fechou parceria com alguns deles, mas ainda não pode revelar os nomes por questões contratuais de confidencialidade.

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