Ocidente deveria apreciar moderação do Irã, diz regime após atacar Israel

Países ocidentais deveriam "apreciar a moderação do Irã nos últimos meses", afirmou nesta segunda-feira (15) o porta-voz da diplomacia do regime, Nasser Kanani, dois dias após o primeiro ataque de Teerã contra Israel desde 1979, ano em que a República Islâmica foi estabelecida no país.

"Em vez de fazer acusações contra o Irã, os países [ocidentais] deveriam culpar a si mesmos e responder à opinião pública pelas medidas que adotaram contra os [...] crimes de guerra cometidos por Israel" disse Kanani.

Na noite de sábado (13), o Irã lançou um grande ataque aéreo contra o Estado judeu com ao menos 300 drones e mísseis. A agressão acontece em meio ao conflito entre Tel Aviv e Hamas, grupo aliado de Teerã, na Faixa de Gaza.

A operação concretiza as ameaças de retaliação do regime após um bombardeio na embaixada iraniana em Damasco, na Síria, matar membros da Guarda Revolucionária no último dia 1º. Teerã atribui o ataque a Israel, que nunca confirmou eventual envolvimento.

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O saldo da ação repercutiu de formas diferentes nos dois países envolvidos. Para Tel Aviv, o ataque "foi frustrado" graças a "uma coalizão de defesa de aliados internacionais" liderada pelos Estados Unidos. O Irã, por sua vez, diz ter alcançado "todos os seus objetivos".

O regime iraniano alega ter informado os EUA e dado um aviso de 72 horas a países vizinhos sobre o lançamento. Autoridades turcas, jordanianas e iraquianas disseram no domingo (14) que houve um amplo aviso dias antes da operação, mas Washington afirma não ter sido alertado.

À agência de notícias Reuters, um alto funcionário da administração do presidente dos EUA, Joe Biden, disse que Washington e Teerã fizeram contato por meio de intermediários suíços, mas que não houve avisos com três dias de antecedência.

De acordo com ele, Teerã teria enviado uma mensagem aos EUA apenas depois que os ataques começaram, e a alegação de um aviso generalizado pode ser uma tentativa de compensar a ausência de danos significativos causados pela operação.

De todas as formas, a ação revela a nova estratégia de Teerã —responder diretamente Israel em caso de agressão aos interesses do país. No domingo, Mohammad Jamshidi, assessor do presidente iraniano, Ebrahim Raisi, afirmou que "a era da paciência estratégica" diante do "regime sionista" havia acabado.

O conceito remonta a Hassan Rohani, líder iraniano que defendeu a tática após a decisão dos EUA de abandonar o acordo nuclear sob a presidência de Donald Trump, em 2018.

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