Primeiro de Maio das centrais sindicais deixa região central e será na Neo Química Arena

As centrais sindicais alteraram o local de celebração do 1º de Maio e vão realizar evento unificado pelo Dia do Trabalho no estacionamento da Neo Química Arena, o Itaquerão, na zona leste da capital paulista, após a administração do Corinthians ceder o local. É a primeira vez que a celebração ocorre na região.

A festa deixa o vale do Anhangabaú, na região central, onde foi realizada no ano passado, para "ficar mais próxima dos trabalhadores", segundo sindicalistas, e deve contar novamente com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A expectativa de CUT (Central Única dos Trabalhadores), UGT (União Geral dos Trabalhadores), Força Sindical, CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Nova Central, Intersindical e Pública Central do Servidor é reunir cerca de 50 mil pessoas.

"Esse ano será realizado na área externa do Itaquerão, que é o estádio do Corinthians, e lá é uma área de muita concentração operária. É a primeira vez que a gente realiza o 1º de Maio fora do centro da cidade e isso porque o clube nos ofereceu o espaço", disse Sergio Nobre, presidente da CUT, em entrevista na manhã desta segunda-feira (15).

O evento é gratuito e está marcado para começar às 10h. Haverá shows, além de ato com políticos e representantes das centrais.

No palanque, os sindicalistas devem defender bandeiras como emprego decente, correção da tabela do Imposto de Renda, juros mais baixos, aposentadoria digna, salário igual para trabalho igual e valorização do serviço público em uma celebração cujo slogan será "Por um Brasil mais justo".

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Antônio Neto, presidente da CSB, afirma que o evento visa "resgatar a autoestima do trabalhador brasileiro, que sofreu muito nos últimos anos", e falou em "fechar a porta do inferno", referindo-se a movimentações da direita.

"Desde a reforma trabalhista, a reforma da Previdência, do momento que nós vivemos do fascismo no Brasil, os trabalhadores precisam recuperar a autoestima, e lembrá-los sempre que nós, no máximo conseguimos fechar a porta do inferno, porque o fascismo continua a nos infernizar diuturnamente."

Nobre disse que a data é simbólica para os trabalhadores de todo o mundo e defendeu temas caros à categoria, como reajuste para os servidores federais. Ele afirmou que as centrais podem apoiar uma greve caso não haja acordo com o governo.

Em nota, a Pública Central do Servidor afirma que a data é importante por ser tratar da celebração de conquistas não só no Brasil, mas em todo o mundo.

"A data é a mais simbólica do ano para todo o movimento sindical, não apenas porque celebra as conquistas dos trabalhadores ao redor do mundo, mas porque serve como um momento de reflexão sobre os desafios atuais da classe trabalhadora", afirma a central sobre o movimento.

Milton Cavalo, presidente do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), ligado à Força Sindical, diz que a sugestão de tratar do tema "aposentadoria digna" partiu da entidade e, ao ser encampada pelas centrais, mostra o compromisso delas em debater a aposentadoria no país.

"O último censo do IBGE confirmou o que já sabíamos, que a população brasileira está envelhecendo. Por isso, precisamos colocar a pauta da aposentadoria digna no debate nacional", afirma.

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Os desafios dos sindicalistas, no entanto, vão além. Depois de perder protagonismo com o fim do governo de Dilma Rousseff (PT), as centrais viram a principal fonte de receita chegar ao fim, após a reforma trabalhista de Michel Temer (MDB) que acabou com o imposto sindical.

A falta de verba afetou o funcionamento das entidades e a chamada "Festa do Trabalhador", que já chegou a contar com shows de artistas renomados e até sorteio de carros. Cada central realizava seu evento e, juntas, chegaram a contabilizar mais de 1 milhão de trabalhadores participando dos atos como os da Força e da CUT.

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