Feira do Livro de Bogotá homenageia o Brasil e debate a Amazônia

A partir de quarta-feira (17) e até 2 de maio, a Feira Internacional do Livro de Bogotá, uma das maiores de língua hispânica da região, junto às de Guadalajara e Buenos Aires, terá como homenageado o Brasil. Na cerimônia de inauguração, estarão os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro, da Colômbia.

Na programação brasileira, estão Aílton Krenak, Marcelino Freire, João Carrascoza, Raphael Montes e Bernardo Carvalho, entre outros. A programação internacional é também variada, com a francesa Muriel Barbery, a espanhola Rosa Montero, a uruguaia Fernanda Trías, a chilena Lina Meruane, o argentino Eduardo Sacheri e os colombianos Piedad Bonnett e Santiago Posteguillo.

"Escolhemos ter o Brasil como país convidado porque a temática da feira é a natureza. Colômbia e Brasil compartilham a Amazônia, portanto têm muito em comum e muito a aportar sobre esse tema", diz a curadora do evento, Adriana Ángel Forero, sobre a FilBo, como a feira é conhecida.

O evento, que reúne 500 convidados e é visitado por mais de 600 mil pessoas, no pavilhão de Corferias, também elege um livro para ser homenageado. "La Vorágine", ou o redemoinho, do colombiano José Eustasio Rivera, foi o escolhido do ano. A obra é considerada um clássico da literatura latino-americana.

Lançado em 1924, o livro tem influências do romantismo e do realismo social. Conta a história de um poeta, Arturo Cova, que foge para a floresta com sua amante, Alicia. Por meio do romance entre o casal, Rivera descreve as paisagens e os homens que ali vivem. Também faz a denúncia da exploração dos habitantes locais, num nível de quase escravidão, que ocorre quando empresários de fora os colocam para trabalhar na exploração da borracha, assim como aconteceu no Brasil.

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Para um dos biógrafos e estudiosos de Rivera, Félix Lozada, a "vorágine", na obra, tem o significado de refletir todas as dificuldades enfrentadas na vida. "Em um momento, um redemoinho engole os indígenas, só ficam os seus chapéus flutuando no rio, e o protagonista diz que essa era a nova forma de morrer", ele afirma.

Para o estudioso, a obra de Rivera tem semelhanças com "Os Sertões", clássico incontornável de 1902 escrito por Euclides da Cunha. "Ambos descrevem o homem, seu entorno e sua reação à modernidade, à exploração de suas terras, à revolta", afirma Lozada.

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