Número de desalojados dobra e chega a 327 mil pessoas no RS

O número de desalojados por causa das tempestades no Rio Grande do Sul dobrou nesta quinta-feira (9), de acordo com a Defesa Civil.

Boletim divulgado pela manhã mostrava que 164.583 pessoas tiveram de deixar suas residências por causa da inundação e foram para a casa de parentes, por exemplo. No início da noite, a quantidade saltou para 327.105 vítimas nessa situação.

O estado chegou nesta quinta à marca de 107 pessoas mortas em decorrência das chuvas. A quantidade de óbitos foi informada pela Defesa Civil estadual pela manhã e confirmada às 18h.

O número de mortos pode aumentar nos próximos dias, pois são 134 desaparecidos e há um óbito em investigação.

Os mortos estão distribuídos em 44 cidades, conforme a Defesa Civil.

A quantidade de feridos também dobrou na comparação entre os dois boletins. Pela manhã havia 374 pessoas. No início da noite eram 754.

De acordo com a Defesa Civil, uma das explicações é que pode ter ocorrido subnotificação de dados, pois municípios que estavam sem comunicação por causa das inundações estão voltando a ter acesso aos sistemas e, com isso, conseguem fazer a inserção das informações.

Diante das enchentes que deixaram mais de cem mortos no Rio Grande do Sul nos últimos dias, gaúchos têm buscado refúgio com parentes ou amigos em outros estados, como Santa Catarina.

Conforme o boletim das 18h, também há 68.519 pessoas em abrigos montados para socorrer as vítimas que não têm para onde ir. Dos 497 municípios, 431 acabaram afetados pela tragédia.

Também são ao menos 379 mil pontos sem energia e 452 mil imóveis continuam sem água no estado.

As aulas foram suspensas nas 2.338 escolas da rede estadual e mais de 327 mil alunos acabaram impactados. Até esta quarta (8), eram 954 escolas afetadas, 426 danificadas e 75 servindo de abrigo.

A tragédia tem sido comparada ao furacão Katrina, que em 2005 destruiu a região metropolitana de Nova Orleans, na Lousiana (EUA), atingiu outros quatro estados norte-americanos e causou mais de mil mortes.

Profissionais de saúde apontam semelhanças entre as duas tragédias, como falta de prevenção de desastres naturais e inexistência de uma coordenação centralizada de decisões. Colapso nos hospitais, dificuldade de equipes de saúde chegarem aos locais de trabalho e desabastecimento de medicamentos e outros insumos são outras semelhanças apontadas.


SITUAÇÃO NO RS APÓS AS CHUVAS

  • 💥️107 mortes
  • 💥️134 desaparecidos
  • 💥️754 feridos
  • 💥️68.519 desabrigados (quem teve a casa destruída e precisa de abrigo do poder público)
  • 💥️327.105 desalojados (quem teve que deixar sua casa, temporária ou definitivamente, e não precisa necessariamente de um abrigo público –pode ter ido para casa de parentes, por exemplo)
  • 💥️1.742.969 pessoas afetadas no estado

O nível da água do lago Guaíba, que inundou a capital Porto Alegre, caiu para 4,86 metros na medição do cais Mauá às 18h15 desta quinta, conforme informações da Ana (Agência Nacional de Águas).

No sábado (4), ele havia chegado a 5,30 metros, conforme o Ceic (Centro Integrado de Coordenação de Serviços).

O lago é considerado inundado quando atinge 3 metros de altura. Há um alerta que é emitido quando o nível da água está em 2,5 metros.


Saiba a diferença dos termos

💥️Afetado: Qualquer pessoa que tenha sido atingida ou prejudicada por um desastre, como feridos, desalojados, desabrigados e pessoas que perderam sua fonte de renda

💥️Desalojado: Pessoa que foi obrigada a abandonar temporária ou definitivamente sua habitação, em função de evacuações preventivas, destruição ou avaria grave, decorrentes do desastre, e que, não necessariamente, carece de abrigo provido pelo sistema

💥️Desabrigado: Desalojado ou pessoa cuja habitação foi afetada por dano ou ameaça de dano e que necessita de abrigo provido pelo Estado

Fonte: Glossário de Defesa Civil


Por isso, mesmo com a diminuição no volume de água do Guaíba, ruas e avenidas da capital gaúcha continuavam alagadas nesta quinta.

Ao mesmo tempo, o governo gaúcho alertou na segunda-feira para o risco de enchentes nos municípios localizados às margens da Lagoa dos Patos. A água que bloqueia ruas da região metropolitana desce pela lagoa em direção ao mar, o que pode acontecer rapidamente ou de forma mais lenta, dependendo da direção do vento.

A volta da chuva e de ventos fortes à região de Porto Alegre nesta quarta-feira (8) fez a prefeitura paralisar o resgate das vítimas das enchentes históricas. A previsão, segundo o Inmet, é que a temperatura caia no Rio Grande do Sul nesta semana.

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