Irã confirma ataque atribuído a Israel, mas diz não ter provocado mortes nem danos

O ataque atribuído a Israel contra o Irã, na madrugada desta sexta-feira (19), não causou vítimas nem provocou danos, afirmou o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amirabdollahian. Segundo a agência de notícias Reuters, a ofensiva foi pequena e calibrada para evitar uma guerra regional.

"Apoiadores do regime sionista [termo usado por Teerã para se referir a Israel] na imprensa, em um esforço desesperado, tentaram transformar a derrota em vitória, mas os minidrones foram derrubados e não causaram danos ou vítimas", disse o chanceler, na primeira manifestação do regime sobre o ataque.

Explosões foram registradas em cidades iranianas em um momento de tensão crescente do país com Israel. O ataque ocorreu após o Irã disparar, no último sábado (13), cerca de 300 drones e mísseis contra o território israelense, em retaliação por um bombardeio à embaixada iraniana na Síria que matou militares do país no início do mês. Por ora, Teerã vem minimizando o que seria uma resposta de Tel Aviv, em indicativo de que o regime não tem planos de uma nova retaliação.

Amirabdollahian afirmou ainda nesta sexta que o Irã vai responder imediatamente se o governo israelense agir contra os interesses de Teerã. "Se Israel quer realizar outros atos e aventura contra os interesses do Irã, nossa resposta será imediata e em nível máximo", disse o chanceler iraniano.

Analistas dizem que o ataque desta sexta parece ter tido como alvo uma base da Força Aérea iraniana perto da cidade de Isfahan, na região central do país. O local escolhido, próximo de instalações nucleares, teria sido uma mensagem de Israel sobre o alcance de seu poderio militar, ainda que Tel Aviv não tenha usado aviões ou mísseis balísticos.

O regime iraniano disse que seus sistemas de defesa abateram três drones sobre uma base. Israel não comentou o episódio, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que Washington, maior aliado de Tel Aviv, não participou de "quaisquer operações ofensivas".

De acordo com a Reuters, o gabinete de guerra israelense aprovou, em um primeiro momento, planos para uma resposta rápida, já na noite de segunda (15), contra o território iraniano. As autoridades militares, porém, abortaram a missão após a comunidade internacional reforçar os pedidos de "prudência".

Ao longo da semana, integrantes do gabinete de guerra então descartaram uma resposta considerada drástica, com ataques a locais estratégicos no Irã. Entre os possíveis alvos estavam instalações nucleares, cuja destruição poderia desencadear um conflito regional mais amplo.

Com o gabinete dividido e a pressão internacional por cautela, endossada por líderes do Ocidente e países do Oriente Médio, os planos de revide foram adiados duas vezes, ainda segundo a Reuters. Reuniões de autoridades também tiveram de ser remarcadas para que as partes chegassem a um consenso. Funcionários relataram seis dias frenéticos de esforços para que a resposta fosse "limitada".

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O porta-voz de Binyamin Netanyahu não respondeu a pedidos de comentários feitos pela Reuters sobre o ataque contra o Irã. Na quarta (17), ao lado de ministros do Reino Unido e da Alemanha, o premiê havia dito que Tel Aviv iria tomar as "próprias decisões" no conflito.

Segundo o jornal americano The New York Times, uma autoridade americana disse que Israel notificou os EUA sobre o ataque. Publicamente, integrantes do governo Joe Biden não teriam comentado para evitar que Washington fosse arrastada ao conflito.

Líderes de países do golfo Pérsico também já haviam manifestado preocupação com a possibilidade de a situação se transformar em "uma grave conflagração regional que poderia estar além do controle ou da capacidade de contenção de qualquer pessoa". A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos pediram publicamente o máximo de autocontenção para poupar a região de uma guerra mais ampla.

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