Fundo Phoenix compra Emae por R$ 1 bilhão na primeira privatização de Tarcísio em SP

O Fundo Phoenix saiu vencedor do leilão de privatização da Emae, última empresa de energia controlada pelo Governo de São Paulo. Com uma oferta de R$ 70,65 por ação, o grupo arrematou toda a fatia que o estado possui na companhia, numa transação de mais de R$ 1,04 bilhão.

O certame marca a primeira desestatização da gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Antes mesmo de assumir o cargo, o governador prometeu que venderia a Emae primeiro para depois negociar a Sabesp, considerada a joia da coroa de sua agenda privatista.

Em uma disputa com muitos lances, o resultado superou com folga a arrecadação mínima esperada, de R$ 780 milhões. Além do Fundo Phoenix, outros dois grupos participaram do leilão desta sexta, a francesa EDF e a Matrix Energia.

O Fundo Phoneix é administrado pela gestora de investimentos Trustee DTVM e é ligado ao empresário Nelson Tanure. Tanure, que já teve participação em grandes empresas como a Oi, é hoje o principal acionista da Light. O investidor é conhecido por fazer aportes em companhias que estão com dificuldades e trabalhar na reestruturação.

O preço mínimo por ação foi estabelecido no edital em R$ 52,85. O critério para definir o vencedor era quem oferecesse o maior ágio sobre esse valor.

A disputa foi decidida na etapa viva-voz, quando as proponentes vão aumentando seus lances. Como as ofertas enviadas por escrito tiveram uma diferença inferior a 20%, as empresas puderam fazer novas propostas.

Nas ofertas por escrito, o Fundo Phoenix ofereceu o melhor preço: R$ 58,15 (ágio de 10,03%). Já a EDF propôs pagar R$ 56,30 por ação (ágio de 6,53%). A Matrix Energia deu lance inicial de R$ 52,85 (sem ágio).

Após 26 rodadas, o Fundo Phoenix deu o lance vencedor, com 33,68% de ágio, e levou todas as 14,75 milhões de ações que garantem o controle da companhia.

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Na cerimônia de batida de martelo, Tarcísio chamou o resultado de extraordinário e disse que o Fundo Phoenix terá uma responsabilidade grande, porque está assumindo um ativo em ordem, com dinheiro em caixa e perspectiva.

"A grande mensagem que fica num resultado como o de hoje é que tem potencial para ser explorado, tem potencial para crescer, tem potencial para gerar mais energia", afirmou.

Em referência a seu já tradicional hábito de desferir marteladas violentas no encerramento dos leilões, o governador chamou para a cerimônia Osni Branco, artista e escultor responsável por criar a peça usada na B3. Ao lado dele, pediu autorização para bater com força. Desta vez, não quebrou a peça.

Na avaliação de Rodrigo Pinto de Campos, sócio da área de infraestrutura e regulatório do Vernalha Pereira Advogados e especialista em concessões de transporte, o leilão foi bem-sucedido, com três licitantes diferentes: um fundo de investimentos, uma comercializadora de energia e uma grande empresa multinacional do setor elétrico.

"A Emae é um ativo bastante interessante, porque está na capital e na região metropolitana com sistemas de bombeamento contra enchentes bastante relevantes para a cidade e com a operação de usinas hidrelétricas e de uma termelétrica", afirma.

Segundo ele, o leilão funciona como um teste para a principal desestatização do governo: a da Sabesp.
"Foi um teste extremamente exitoso, bem-sucedido, porque demonstrou que há interesse do mercado por bons ativos."

Remanescente da privatização da Eletropaulo, a Emae administra quatro usinas de energia no estado, que somam potência instalada de 960,8 MW (megawatts).

A maior parte dessa capacidade vem do complexo Henry Borden, em Cubatão, com capacidade instalada de 889 MW. A hidrelétrica é hoje o principal ativo da companhia, que também opera os reservatórios Billings, Guarapiranga, Rio das Pedras e Pirapora, bem como barragens, diques e balsas que atravessam esses sistemas.

A Emae também administra o trecho canalizado do rio Pinheiros na capital, inclusive fazendo o controle de cheias do curso d'água.

Com um valor de mercado de cerca de R$ 2 bilhões, a empresa teve lucro líquido de R$ 150,5 milhões em 2023 e receita líquida de R$ 603 milhões.

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