As Olimpíadas de Paris não vão dar errado

Em uma tarde nublada em Olímpia, na terça-feira (16), a chama olímpica foi acesa. É assim antes de toda edição dos Jogos. A cerimônia é bonita para uns (já fui a Olímpia e fiquei arrepiada de estar no berço dos Jogos Olímpicos), brega para outros. Fato é que a tradição é cheia de simbolismos e marca o início do revezamento da tocha até a cerimônia de abertura, dia 26 de julho, em Paris.

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Tony Estanguet, tricampeão olímpico de canoagem e presidente do Comitê Organizador Paris-2024, estava na Grécia e disse que a França está pronta para receber os Jogos. Mas, nos últimos dias, tem sido um dos mensageiros das más notícias. Recentemente, quase tudo que a gente assiste ou lê sobre as próximas Olimpíadas é negativo.

Dias atrás, Estanguet admitiu que o triatlo pode ser adiado ou virar biatlo se a prova da natação, programada para acontecer no rio Sena, tiver que ser cancelada por causa da má qualidade da água. Apesar do investimento de bilhões de euros em projetos de despoluição, testes mostram altos níveis de bactérias. Imensa dor de cabeça para os organizadores que tentam não causar dor de barriga nos atletas, ou algo pior. A maratona aquática, na parte final do calendário de competição, também será no Sena.

A equipe britânica, com campeões mundiais e olímpicos, se previne. Os triatletas estão tomando probióticos e iogurte para melhorar a flora intestinal. Quando saírem da água, seus maiôs serão desinfetados com um produto usado em hospitais. Me lembrei de como a vacina contra hepatite A foi obrigatória na minha adolescência, como carioca que cresceu nadando em mar poluído.

Também nos últimos dias, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que a tão esperada abertura dos Jogos pode ser modificada se houver sério risco de ataque terrorista. Pela primeira vez será fora de um estádio, com 300 mil pessoas às margens do Sena e desfile de atletas em barcos. Planos B e C não são nada espetaculares: cerimônia reduzida perto da Torre Eiffel ou no Stade de France.

E como política e esporte se misturam sempre, governo e organizadores lidam com ameaças de greves, críticas por retirarem moradores de rua de Paris, pânico de que haverá infestação de percevejos nos hotéis, além de questões que afetam a sociedade francesa –uma das mais sensíveis tem a ver com a vestimenta dos atletas.

O Comitê Olímpico Internacional permite que competidores usem hijab (véu), mas a delegação francesa está proibida. A ideia de Estado laico estabelece que símbolos religiosos não podem figurar no espaço público. Isso também vale para federações esportivas e, portanto, para a equipe olímpica.





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