Proteção contra Covid fica vulnerável sem reforço da vacina, dizem especialistas

O atraso na compra de imunizantes e o adiamento da campanha de vacinação contra Covid pelo governo federal, que era prevista para este mês, podem representar um aumento da vulnerabilidade da população brasileira ao vírus na estação de outono e inverno que se aproxima.

Com maior circulação de viroses, o período, somado à falta de doses de reforço (sobretudo para idosos e pessoas com comorbidades), pode provocar novos surtos de internações e mortes pela doença. Alguns estados já estão sem doses, mas o ministério afirma que deve fechar o contrato nos próximos dias.

A campanha de vacinação dos grupos prioritários estava prevista para começar neste mês, mas a compra emergencial de 12,5 milhões de doses, disputada por Pfizer e Moderna, travou no Ministério da Saúde.

Após publicação da 💥️Folha relatando o atraso, a pasta informou na noite da última sexta-feira (19) que fechou a compra emergencial de 12,5 milhões de doses. Este lote deve chegar à população nos próximos 15 dias, diz a Saúde. Após essa etapa, a previsão é que as novas doses sejam distribuídas aos estados em um intervalo de 10 a 12 dias.

A retomada da Covid vem preocupando profissionais de saúde desde o começo do ano, quando houve uma alta significativa dos casos. Apenas entre janeiro e fevereiro de 2024, a média móvel de pacientes com Covid subiu 154% com relação ao mesmo período do ano passado.

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Natan Chehter, clínico geral e geriatra membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e do Hospital Estadual Mário Covas, destaca que, assim como a o vírus influenza, causador da gripe, a Covid tem um prazo certo para manter a imunidade. "O vírus têm apresentado mutações e a imunidade que a pessoa tem para uma determinada variante não se sustenta para outro. Ela pode, eventualmente, ter novos sintomas da doença", afirma o médico.

Segundo o clínico, o esperado é que a imunidade dos já vacinados ainda seja suficiente para uma resposta imune melhor que a dos não imunizados. "Por isso foi tão importante ter se vacinado no começo, mas, lógico, os idosos e a população de risco fazem respostas imunes com mais atraso e de grau menor que os jovens. Então a vacina nova tem o sentido de fazer um novo estímulo, para o sistema imune entender que ele precisa manter a guarda alta para novas infecções", reforça Chehter

Vacinas como a da Covid, segundo o médico Celso Granato, infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury, tem durabilidade de imunização curta, limitando-se a algo em torno de um ano, e precisam ser atualizadas periodicamente.

"À medida que o tempo vai passando e o vírus vai mudando, essa proteção tende a cair cada vez mais, mesmo que a pessoa tenha tomado uma vacina dupla", afirma Granato.

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