Milhares comemoram 50 anos da Revolução dos Cravos em Portugal

Milhares de pessoas foram às ruas nesta quinta-feira (25) em Portugal para celebrar o aniversário da Revolução dos Cravos, movimento que há 50 anos derrubou a mais longa ditadura fascista da Europa e abriu caminho para a democracia e a independência das colônias portuguesas na África.

Ponto alto de centenas de iniciativas institucionais e culturais programadas ao longo de várias semanas, o dia começou com um desfile militar com a participação de veículos blindados da época Revolução restaurados para o aniversário.

As celebrações começaram na Praça do Comércio de Lisboa, à beira do Rio Tejo, onde duas fragatas estavam atracadas enquanto veículos militares e mais de 400 soldados desfilavam cantando o hino nacional sob aviões de combate que rugiam no céu.

António Oliveira Salazar governou Portugal de 1932 a 1968, mas o regime durou mais seis anos sob seu sucessor, Marcello Caetano, e desmoronou apenas em 25 de abril de 1974.

A revolução, que ocorreu quase sem derramamento de sangue devido ao apoio imediato da população, foi conduzida por um grupo de oficiais do exército que queriam pôr fim à ditadura e às longas guerras contra movimentos de independência nas colônias da África. No fim do dia, o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, receberá os homólogos de alguns desses países —Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

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O golpe provocou o cancelamento de uma festa num restaurante, e a garçonete decidiu distribuir os cravos vermelhos destinados à decoração às pessoas nas ruas e aos soldados. Alguns jovens militares colocaram as flores nos canos de suas armas, o que transformou a imagem no símbolo da revolução.

"A principal motivação era resolver o problema da guerra colonial", recorda à agência de notícias AFP o coronel da reserva Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril, herdeira do "movimento dos capitães", que organizou a revolução que pretendia "abrir o caminho para a liberdade, acabar com a guerra e construir a democracia em Portugal", afirmou ele.

Milhares de pessoas compareceram para aplaudir o desfile. Um deles era o aposentado Manuel Lima. "Eu tinha 20 anos no dia 25 de abril, e isso impediu que eu fosse enviado para a guerra. Foi muito importante para mim", declarou, emocionado.

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