Polícia conclui inquérito e pede prisão de motorista de Porsche pela 3ª vez

A Polícia Civil concluiu o inquérito que investiga o acidente envolvendo o Porsche dirigido pelo empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, e pediu, pela terceira vez, a prisão preventiva (sem prazo) dele. A batida causou a morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52.

Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informa que o inquérito foi concluído pelo 30º DP (Tatuapé) e encaminhado para a Justiça, que deve acatar ou não o pedido de prisão. A polícia já havia solicitado a prisão do empresário outras duas vezes, mas os pedidos foram negados.

O empresário foi indiciado sob suspeita de homicídio doloso, lesão corporal e fuga de local de acidente. Procurada na manhã desta quinta (25), a defesa dele não se respondeu até a publicação deste texto.

No relatório final, a polícia argumenta que a prisão preventiva de Fernando foi solicitada sob argumento da garantia da ordem pública. De acordo com as autoridades, os crimes são graves e há provas indiscutíveis da existência do crime e indícios suficientes de autoria.

Segundo a polícia, os crimes investigados afrontam a "segurança viária e a locomoção de cidadãos de bem", diz. A mãe de Fernando, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, é citada, no fim do relatório, como coautora no crime de fuga do local.

A prisão foi solicitada após a Polícia Militar ter entregado para a investigação as imagens das câmeras corporais do policiais militares que atenderam a ocorrência.

As imagens mostram o empresário após o acidente, ao lado da mãe e de um tio, falando que não se recordava do que havia acontecido no acidente ao ser questionado pelos policiais militares. Na ocasião, Fernando usava uma camisa branca com o texto "only Porsche" (somente Porsche em inglês).

Os dois tentaram deixar o local, mas foram impedidos por uma policial militar que afirmou que precisava "qualificar" o jovem antes de liberá-lo. "Não pode tirar ele daqui assim."

A PM pergunta a outro colega se ele possui equipamento para teste de bafômetro no local, e o policial responde que não.

Questionado sobre o que tinha acontecido, Fernando diz: "A gente estava saindo da festa e a gente ia para a minha casa jogar sinuca, aí do nada aconteceu um acidente horrível e aconteceu isso. Eu não lembro mais de nada".

Nas imagens, a mãe aparece ao lado do empresário e pede que ele seja liberado para ir ao hospital. "Pelo amor de Deus, moça. Se ele tiver batido a cabeça, cada minuto conta", diz.

As imagens também mostram Fernando perguntando diversas vezes onde está seu amigo Marcus Vinicius Rocha, 22, que estava no banco do passageiro e se feriu no acidente. "O Marcus está bem?", pergunta, sendo informado de que Marcus foi levado para o hospital.

"Pode ir?", pergunta a mãe após os questionamentos da polícia sobre o que havia acontecido. Os policiais concordam e liberam a família. "Vamos, Fernando", diz ela.

Fernando é então retirado do local do acidente no carro da mãe sob a alegação de que seria levado para atendimento no hospital São Luiz, sem passar pelo teste do bafômetro.

Ao chegarem à unidade Anália Franco do hospital, porém, os PMs souberam Fernando não havia dado entrada no pronto-socorro nem em qualquer outro endereço da rede hospitalar. Os policiais disseram que então tentaram contato por telefone com a mãe e o investigado, que não atenderam as ligações.

Na terça-feira (23), foi divulgado o laudo da perícia que demonstra que o motorista do Porsche estava a 156 km/h momentos antes da colisão. De acordo com a SSP, também afirmou que, após sindicância, concluiu que houve falha de procedimento dos policiais que atenderam a ocorrência pelo fato do motorista não ter sido submetido ao bafômetro.

A batida aconteceu na madrugada de 31 de março, um domingo. Fernando perdeu o controle do Porsche e colidiu na traseira de um Renault Sandero, de acordo com policiais militares que atenderam a ocorrência. Atingido, Viana foi socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde morreu.

O dono do Porsche se apresentou na delegacia na tarde de segunda, mais de 30 horas após a colisão.

O Ministério Público afirma que Daniela Cristina de Medeiros Andrade, mãe do empresário que causou o acidente, tentou atrapalhar as investigações.

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