Cinco políticas climáticas que Trump provavelmente reverterá se for eleito

O ex-presidente dos EUA Donald Trump prometeu "cancelar" as políticas do presidente Joe Biden para reduzir a poluição das usinas de energia movidas a combustíveis fósseis, "encerrar" os esforços para incentivar veículos elétricos e "desenvolver o ouro líquido que está bem debaixo de nossos pés", promovendo petróleo e gás.

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Essas mudanças e outras prometidas por Trump, caso ele vença a Presidência novamente, representam uma mudança de 180 graus em relação à agenda climática de Biden.

Quando presidente, Trump reverteu mais de cem proteções ambientais implementadas pela administração Obama. Biden, por sua vez, reverteu grande parte da agenda de Trump.

Mas defensores do clima argumentam que um segundo mandato de Trump seria muito mais prejudicial do que o primeiro, porque a janela para manter o aumento das temperaturas globais em níveis relativamente seguros está se fechando rapidamente.

"Seria um ataque total a qualquer progresso possível em relação às mudanças climáticas", diz Pete Maysmith, vice-presidente sênior de campanhas do grupo ambiental Liga dos Eleitores pela Conservação.

Republicanos do alto escalão não necessariamente discordam. Michael McKenna, que trabalhou na Casa Branca de Trump e apoia a sua candidatura para um segundo mandato, afirma que a abordagem em relação à mudança climática provavelmente seria de "indiferença".

"Duvido muito seriamente que vamos gastar qualquer tempo trabalhando nisso", diz McKenna. Pelo contrário, ele afirma que as regulamentações climáticas da administração Biden estariam "em apuros".

O primeiro mandato de Trump foi marcado por descuido nas questões jurídicas, o que fez com que alguns de seus esforços para reverter políticas climáticas da era Obama fossem rejeitados pelos tribunais. Neil Chatterjee, presidente da Comissão Reguladora de Energia Federal sob Trump, diz que a equipe do ex-presidente aprendeu com os erros.

"Será uma estratégia legal e regulatória muito mais organizada e coerente se houver um Trump 2.0", afirma Chatterjee, acrescentando: "Esses caras sabem o que estão fazendo agora".

Estas são cinco das mais significativas reversões de medidas climáticas que a gestão Trump poderia promover.

1. Usinas a carvão e gás

As usinas movidas a combustíveis fósseis para geração de energia elétrica são responsáveis por um quarto das emissões de gases de efeito estufa geradas pelos EUA. Reduzi-las é fundamental para o plano de Biden contra as mudanças climáticas.

Regulamentações da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) anunciadas na última quinta-feira (25) forçam as usinas a carvão a implantar tecnologias para capturar todas as suas emissões, ou então fechar as portas. Novas usinas de gás construídas nos EUA também teriam que atender a padrões rígidos de emissões.

A administração Biden estima que as regras reduzam 1,38 bilhão de toneladas métricas de dióxido de carbono entre agora e 2047, o que equivale a evitar as emissões anuais de 328 milhões de carros a gasolina.

Se eleito, Trump disse que reverterá a regulamentação sobre eletricidade gerada a partir de carvão e "dará sinal verde para a construção de centenas e centenas e centenas de novas e belas usinas de energia que realmente funcionam".

2. Padrões de emissões de automóveis

Trump tem se manifestado de forma particularmente agressiva contra os veículos elétricos. O transporte é responsável por outro quarto dos gases de efeito estufa dos EUA, com carros e caminhões representando a maior parte.

Biden impôs limites para a poluição dos escapamentos. A ideia é garantir que a maioria dos novos carros de passageiros e caminhonetes vendidos nos Estados Unidos sejam totalmente elétricos ou híbridos até 2032.

Trump disse que essas regulamentações levarão a um "banho de sangue" na economia dos EUA, "matarão" a indústria automobilística e desencadearão um "assassinato" de empregos. Ele prometeu revertê-las.

"Isso será a primeira coisa a se fazer, reverter tudo isso", diz McKenna. "Acho que todo mundo deixou isso bem claro."

3. Lei de Redução da Inflação

A Lei de Redução da Inflação, assinada por Biden em 2022, é o maior investimento do país contra as mudanças climáticas.

Ela contém mais de US$ 370 bilhões em créditos fiscais ao longo de dez anos para incentivar energia mais limpa, fabricação de veículos elétricos e baterias, compra desses veículos, adoção de energia solar e de sistemas de aquecimento e resfriamento elétrico para casas.

Trump, que chamou a lei de "o maior aumento de impostos da história", deve tentar desmantelar grande parte dela.

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