Nova lei do aborto da Itália é uma lição sobre como funciona governo de Meloni

Em um centro de aconselhamento familiar em Verbania, uma cidade arborizada à beira do lago no norte da Itália, os funcionários não apenas explicam às mulheres as regras para obter abortos, mas também distribuíram panfletos fornecidos por um grupo local antiaborto.

"Você está grávida?", diz o folheto do "Centro de Assistência à Vida" na cidade. Se você acha que a única opção é o aborto, diz às mulheres considerando o procedimento: "Entre em contato conosco! Podemos conversar, e, juntas, será diferente."

Em breve, pode haver mais do que apenas folhetos nesses e em centros semelhantes. Uma medida introduzida pelo partido da primeira-ministra Giorgia Meloni e aprovada pelo Parlamento na última terça-feira (23) potencialmente encoraja grupos antiaborto a fazer ativismo dentro dos centros de aconselhamento familiar, lembra seus apoiadores conservadores de que ela é uma deles e deixou a oposição louca —tudo sem realmente mudar muito.

A medida é essencialmente uma reafirmação de uma parte da lei do aborto da Itália de 1978, que enfatizou a prevenção mesmo ao legalizar o aborto. Com esse fim, a lei permitiu que os centros de aconselhamento familiar fizessem uso de associações de voluntários "protegendo a maternidade" para ajudar as mulheres a evitar a interrupção de suas gestações por dificuldades econômicas, sociais ou familiares.

Mas a nova legislação —e as mudanças que poderia inspirar— novamente mostra a maestria de Meloni na mensagem política. Com raízes em partidos nascidos das cinzas do fascismo, ela assegurou a um establishment de política externa antes cético que ela é uma parceira confiável, mais ou menos convencional, disposta a se dar bem com a União Europeia e atuar como uma aliada sólida dos Estados Unidos contra a agressão da Rússia à Ucrânia.

Mas analistas políticos dizem que a agenda doméstica que ela tem seguido desde que chegou ao poder há 18 meses ainda se encaixa muito bem em suas crenças de longa data —e agrada sua base tradicional— sem ainda fazer mudanças drásticas que poderiam prejudicar sua imagem internacional.

"Ela é sutil", diz Gianfranco Pasquino, professor emérito de ciência política na Universidade de Bolonha, acrescentando que Meloni estava buscando deslocar as sensibilidades italianas e europeias para a direita sem necessariamente mudar as leis. "Ela é uma excelente política."

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