Turistas chineses voltam ao mundo, de olho na isenção do visto

As reservas de voos para o exterior no Dia do Trabalho na China, na última quarta (1º), superaram em 20% os níveis de 2023, antes da pandemia, segundo a plataforma de viagens e hospedagem Qunar, de Pequim. O aumento foi acima da média para os países que passaram a oferecer isenção de visto aos turistas chineses, como Tailândia, Emirados Árabes Unidos e Geórgia.

Outro levantamento divulgado nesta quinta, pela consultoria espanhola ForwardKeys, de análise da indústria de turismo, apontou que entre 27 de abril e 5 de maio as viagens de chineses ao exterior estão apenas 7% abaixo daquelas de 2023, para o período. Avaliou ser "o ressurgimento das viagens internacionais", pós-pandemia.

Wang Yalei, analista da Trip.com, maior agência chinesa de turismo, divulgou dados na mesma direção e avaliou que o setor na China está mais conectado com o mundo devido à adoção de medidas para facilitar viagens.

Os três levantamentos confirmam pesquisa divulgada uma semana atrás pela empresa de marketing Dragon Trail, baseada em Pequim e Londres, apontando que os países que reduziram entraves aos turistas chineses seriam os mais favorecidos.

Sessenta e três por cento dos mil entrevistados na China continental se declararam prontos a viajar ao exterior. Desses, metade apontou, entre os principais motivos para retomar o turismo internacional, a maior facilidade para viagem, citando especificamente a isenção de visto para países no Sudeste Asiático e Oriente Médio.

O retorno dos chineses, que agora também podem renovar seus passaportes pela internet, já estimula a demanda para que o Brasil ofereça isenção de visto a Pequim, a exemplo do que faz com Washington. Três semanas atrás, sob pressão da indústria de turismo, o governo Lula prorrogou mais uma vez a medida, adotada unilateralmente no governo Jair Bolsonaro em 2023.

Para Daniela Tassy, CEO da consultoria de turismo 我们走吧 (Vamos, em chinês), de Pequim, "a isenção seria, com certeza, uma ótima oportunidade de aproximar o Brasil da China", em meio aos esforços de ampliação do intercâmbio que vêm sendo feitos pelo governo chinês.

"Muitas pessoas acham que temos poucas coisas em comum, mas o que temos de mais diferente é a posição geográfica no mapa", acrescenta ela. "A isenção de visto facilitará muito essa aproximação."

Tassy é mais conhecida hoje na China como atriz, pelo papel da astronauta brasileira Emília em "Terra à Deriva 2", ficção científica baseada no escritor Liu Cixin e segunda maior bilheteria do cinema chinês no ano passado, com 4,03 bilhões de yuans (US$ 565 milhões).

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