Jornalismo e proteção ambiental: uma aliança implacável

A desinformação climática está em toda parte, ameaçando a nossa e as futuras gerações. Combatê-la não é tarefa fácil. Exige o fortalecimento e o estabelecimento de uma sólida e permanente parceria entre ciência, jornalismo e educação voltada à sustentabilidade com respeito aos direitos dos indivíduos e à diversidade de vozes.

Esse é o alerta que faz a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), ao liderar as atividades globais deste ano alusivas ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, comemorado nesta sexta-feira (3), com atividades dedicadas à importância do jornalismo e da liberdade de expressão no contexto da crise ambiental no planeta.

Nesta agenda, um ponto destacado pela Unesco é a garantia de segurança dos jornalistas e dos veículos de notícias independentes, plurais e de reconhecida credibilidade, sobretudo fora dos grandes centros. Segundo a Unesco, repórteres investigativos têm lançado luz sobre crimes ambientais, expondo corrupção e interesses poderosos, e por vezes pagando um preço caro por fazerem o seu trabalho.

No Brasil, é o que acontece no escrutínio das ilegalidades ocorridas na Amazônia, região vital para a sustentabilidade do planeta. O caso mais emblemático nesse sentido é, sem dúvida, o assassinato, em 2023, do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira, mortos de forma cruel na região em uma ação do crime organizado em represália à busca incansável dos dois por informações que denunciavam a caça e a pesca predatória, o tráfico de animais e o desmatamento e a mineração ilegais.

Não se trata, porém, de um ponto fora da curva, infelizmente. Segundo relatório da Repórteres Sem Fronteiras (RSF), foram registrados 66 casos de ataques à imprensa nos nove estados que compõem a Amazônia Legal ao longo de um ano, entre 30 de junho de 2022 e 30 de junho de 2023. A insegurança na região, relata a RSF, combinada com pressões políticas e econômicas, cria condições que levam os jornalistas à autocensura.

Essa situação, diz a Unesco, se repete nas mais diversas regiões do planeta onde os jornalistas enfrentam desafios significativos na procura e divulgação de informações sobre questões contemporâneas relacionados às alterações do clima, tais como problemas nas cadeias de abastecimento, migração climática, indústrias extrativas, mineração ilegal, poluição, caça furtiva, tráfico de animais e desmatamento.

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